Clima/

População reclama de problemas recorrentes provocados pelas chuvas

Alerta amarelo para os próximos dias é emitido pelo Inmet. Até o momento foram registrados 116 mm de água no DF

 17/10/2024. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil.  Brasilia - DF. Estragos da chuva no Sol Nascente - Ceilândia. -  (crédito:  Minervino Júnior/CB)
17/10/2024. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Estragos da chuva no Sol Nascente - Ceilândia. - (crédito: Minervino Júnior/CB)

As chuvas que atingem o Distrito Federal vêm deixando rastros de destruição em todos os cantos e, em alguns locais, os moradores ficam sem condições de sair de casa. O Correio foi até esses pontos e presenciou cenas que vão de áreas alagadas na Asa Norte até a formação de crateras no Sol Nascente. Quem vive nessas regiões relatou o drama por que está passando. "Isso se repete todos os anos", disse o morador do Sol Nascente, Adão José da Silva, 52 anos. 

 "Lamentável e ocorre há bastante tempo", disse Adão se referindo ao estado em que o Trecho 3 do Sol Nascente fica após as chuvas. Quando as precipitações são mais fortes, os moradores ficam ilhados. "Ninguém sai de casa porque fica inviável. Não dá para ir ao mercado, pois a água não deixa. Para quem trabalha, a situação fica ainda pior, pois tem que sair em busca do ganha-pão". 

Adão conta que a namorada dele cogita sair da região por conta desses transtornos. "Ela passa muitas dificuldades nesses períodos porque tem que sair com as crianças e a única opção é encarar a chuva. Temos muitas famílias aqui, e fica difícil para todo mundo. Nem o ônibus vem para cá, e temos que andar mais de três quilômetros até a parada mais próxima. É muito triste e isso se repete todos os anos", observou.

  •  17/10/2024. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil.  Brasilia - DF. Estragos da chuva no Sol Nascente - Ceilândia.
    17/10/2024. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Estragos da chuva no Sol Nascente - Ceilândia. Minervino Júnior/CB
  •  Adão José, do Sol Nascente:
    Adão José, do Sol Nascente: "Isso se repete todos os anos" Fotos: Minervino Júnior/CB
  •  09/06/2024. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil.  Brasilia - DF. Estragos da chuva no Vicente Pires.
    09/06/2024. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Estragos da chuva no Vicente Pires. Minervino Júnior/CB
  • Augusto Leandro reclama nas ruas de Vicente Pires
    Augusto Leandro reclama nas ruas de Vicente Pires Minervino Júnior/CB/D.A.Press
  •  17/10/2024. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil.  Brasilia - DF. Estragos da chuva no Vicente Pires.
    17/10/2024. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Estragos da chuva no Vicente Pires. Minervino Júnior/CB/D.A.Press

 

Alerta

As chuvas estão intensas no Distrito Federal e a previsão é que o cenário se mantenha até o fim de semana, com alerta amarelo e laranja emitidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia ontem, devido ao grau de risco na região. A previsão para hoje indica chuvas de até 50mm, elevando o risco de falta de energia, alagamentos e queda de árvores. A menor temperatura prevista é de 20°C, enquanto a máxima deve chegar a 29°C, com umidade variando entre 60% e 100%. Até o momento, o DF já registrou 116mm de chuva, dentro da média de outubro, que é estimada em 141,8mm. A partir dos próximos dias, a quantidade de chuva deve aumentar, seguindo a tendência sazonal.

Na última quarta-feira, a chuva foi tão forte que provocou diversos transtornos na rotatória entre as quadras 102/202 Norte, alagando e cobrindo de lama as vias e quase invadindo estabelecimentos. Moradores e comerciantes, assustados com a situação, registraram o momento em vídeos que ganharam as redes sociais. Além disso, a tesourinha precisou ser interditada na tarde desta quinta-feira, pela Novacap, para drenagem da água que estava impossibilitando a circulação dos veículos.

Os funcionários da Barbearia Fio Maravilha, na 202 Norte, Italo Kondo, 28, e Igor Cavalcante, 29, comentaram sobre os recorrentes alagamentos na região, ressaltando que o problema persiste há anos, apesar de medidas para minimizar os impactos. "Há uns 15 anos atrás, teve até um homem que surfou da 102 até a 202 em protesto contra os alagamentos frequentes. As calçadas têm muretas altas para evitar que a água invada os comércios. Mas ainda assim, já vi motos, contêineres e até pessoas sendo levadas pela correnteza", relata Ítalo. Ele atribui o aumento dos alagamentos às obras do estádio: "A terra não absorve mais a água, então ela desce toda de lá de cima. Para ir para casa, temos que esperar", acrescenta.

Outro local que também sofreu com as chuvas foi a Avenida da Misericórdia, em Vicente Pires, que ficou coberta de lama, pois passa por serviços de pavimentação, drenagem, e construção de meios-fios e calçadas. Augusto Leandro da Silva, 39, falou sobre como está a vida do pedestre na região. "Eu passo por essa via ao menos duas vezes por dia e é algo muito difícil, temos que andar desviando da lama. Sem contar que não estamos com linhas de ônibus por conta da obra", afirmou.

 Projeto Drenar DF não resolveu problema de alagamentos

Ontem, o GDF convocou uma coletiva de imprensa para falar sobre as recentes inundações na cidade e apresentar as medidas adotadas pelo projeto Drenar-DF para enfrentar o grande volume de chuvas previsto para os próximos meses. A previsão é que a conclusão das obras do Drenar ocorra entre dezembro e janeiro", disse o secretário de Obras e Infraestrutura do GDF, Valter Casimiro.

Hamilton Filho, diretor técnico da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), explicou que, apesar de o Drenar DF já ter avançado nas quadras 2 Norte, a obra precisa ser concluída integralmente para que o sistema funcione corretamente. "Enquanto não ativarmos essa nova rede, continuaremos enfrentando problemas nessa região, especialmente com a água que desce do estádio e do setor de rádio e TV Norte. Hamilton informou que ainda falta concluir a escavação de 185 metros de solo rígido entre as avenidas L2 e L4, o que está em fase final de execução.

Em resposta aos problemas históricos de drenagem pluvial no Plano Piloto e com o objetivo de reduzir a ocorrência de alagamentos e enxurradas causadas pelas chuvas, o Governo do Distrito Federal (GDF) deu início ao projeto Drenar DF no ano passado. Sob a gestão da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), foram investidos mais de R$ 180 milhões na construção de um novo sistema de escoamento das águas, que está em fase de conclusão.

Dicas para a chuva

- Ao perceber que o nível da água está subindo, abrigue-se em um local alto.
- Se estiver dirigindo sob forte chuva, estacione em um local seguro, longe de árvores ou fiações elétricas.
- Evite trafegar por locais propensos a alagamentos.
- Caso esteja em uma rua alagada e não consiga sair com o veículo, abandone o carro.
- Nunca tente atravessar ruas e avenidas alagadas.

Fonte: CBMDF

* Estagiários sob supervisão de Márcia Machado

 

Projeto Drenar DF não resolveu alagamentos

Ontem, o GDF convocou uma coletiva de imprensa para falar sobre as recentes inundações na cidade e apresentar as medidas adotadas pelo projeto Drenar-DF para enfrentar o grande volume de chuvas previsto para os próximos meses. A previsão é que a conclusão das obras do Drenar ocorra entre dezembro e janeiro", disse o secretário de Obras e Infraestrutura do GDF, Valter Casimiro.

Hamilton Filho, diretor técnico da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), explicou que, apesar de o Drenar DF já ter avançado nas quadras 2 Norte, a obra precisa ser concluída integralmente para que o sistema funcione corretamente. "Enquanto não ativarmos essa nova rede, continuaremos enfrentando problemas nessa região, especialmente com a água que desce do estádio e do setor de rádio e TV Norte. Hamilton informou que ainda falta concluir a escavação de 185 metros de solo rígido entre as avenidas L2 e L4, o que está em fase final de execução.

Em resposta aos problemas históricos de drenagem pluvial no Plano Piloto e com o objetivo de reduzir a ocorrência de alagamentos e enxurradas causadas pelas chuvas, o Governo do Distrito Federal (GDF) deu início ao projeto Drenar DF no ano passado. Sob a gestão da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), foram investidos mais de R$ 180 milhões na construção de um novo sistema de escoamento das águas, que está em fase de conclusão.

* Estagiária sob supervisão de Márcia Machado

 

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postado em 17/10/2024 22:23
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