Por Mila Ferreira e Bruna Pauxis (Especial para o Correio) — O Dia das Crianças deste ano foi mais do que especial para Brasília. De volta à capital, a Marotinha reuniu, na manhã de sábado (12/10), 2 mil crianças de 3 a 13 anos, além de autoridades que prestigiaram o evento, como a vice-governadora Celina Leão e a deputada distrital Paula Belmonte. A maratonista Lucélia Peres também marcou presença. A atleta levou os filhos Arthur, de 10 anos, e Júlia, 4. Lucélia participou da segunda edição da Marotinha, em 1993, quando tinha apenas 12 anos, e retornou neste ano para levar os filhos e prestigiar o evento.
"Corri 400 metros e fui campeã da prova. Daí para frente, não parei mais. Participei do campeonato brasileiro, sul-americano e mundiais, culminando na minha vitória na São Silvestre, que é um dos principais marcos da minha carreira", relembrou a maratonista. "A corrida ensina disciplina, consistência, persistência. Fico muito feliz de prestigiar esse evento tão importante para a nossa cidade", completou.
A corrida foi dividida em baterias por idade e percurso. Crianças até 5 anos correram 50 metros; crianças de 6 a 9 anos correram 100 metros; as de 10 e 11 anos percorreram 200 metros; e as de 12 e 13 anos, 400 metros. "Foi muito bom, corri bem. Treinei muito para esta corrida", contou o pequeno Rudy Pettená, de 8 anos, que levou o troféu de primeiro lugar em sua bateria.
Quem acompanhava Rudy era a avó, Kátia Cabral, de 64 anos, educadora e ex-aluna do Centro Integrado de Educação Física (Cief). "Quando eu era jovem, corria muito nessa pista, fazia aulas. Naquela época era obrigada a praticar corrida. Hoje me emocionei quando o vi chegando em primeiro lugar", disse Kátia, orgulhosa do neto.
Competindo na bateria 5, Levi Costa, de 5 anos, acumulou 26 medalhas, correndo há dois anos em competições. O miniatleta, que estava acompanhado da avó, Gil Costa, foi quem insistiu para participar da corrida e mostrou orgulhoso a foto de suas dezenas de medalhas. "Eu dei a inscrição para ele de presente de Dia das Crianças, em 2022. Aí ele gostou e continuei trazendo", conta Gil, de 44 anos. "Para o futuro, a gente espera mais medalhas, inclusive, olímpicas", afirmou.
Eurípedes e Luciana Carneiro trouxeram as três filhas para a corrida: Maria Clara (9), Maria Beatriz (6) e Maria Luísa (2). A família levou um troféu de segundo lugar, conquistado pela Bia, como é chamada a filha do meio. "A gente achou ótima a corrida. É muito bom estimular as crianças a fazer esportes, além de aproveitar esse Dia das Crianças ao ar livre, sair um pouco. Estamos nesse movimento das crianças com tantas telas, o tempo inteiro os pais incentivando celular e tablet. Então é muito bom colocá-las para correr, sentir o asfalto de uma corrida e ver como é que é", relata o pai das meninas.
"Achei a corrida muito boa, bem divertida" conta Laura Moreira, de 11 anos, que já havia participado de outra competição. A mãe dela, a advogada Heloísa Moreira, de 42 anos, conta que matriculou a filha na natação e na ginástica e acredita que a Marotinha é uma ótima forma de incentivar, ainda mais, a filha a praticar exercícios. "O estímulo à atividade física é muito bom. Ela faz esporte, topa o desafio de ir até o fim, pegar a medalha. Tem sempre algum imprevisto, cai um, não cai. Ela gostou e foi muito bem na prova", comemorou Heloísa.
Marco
A vice-governadora Celina Leão (PP) comentou que considera a Marotinha um marco na história da capital. "A corrida tem uma memória afetiva para todos. Temos a terceira geração correndo. O esporte muda a vida das pessoas. Estou muito feliz de estar aqui", declarou. "Eu tenho certeza de que esta é a primeira de muitas. Que essas crianças tenham uma vida ativa, saudável, com inteligência emocional e mental", acrescentou.
A deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) levou os filhos Arthur, de 9 anos, e Heitor, de 6, para participarem da competição. "Esta é a segunda maratona da qual eles participam. Na outra corrida, o Heitor ficou em quarto lugar e nesta, ele já disse que quer chegar em primeiro lugar", contou. "O esporte traz bons exemplos de superação e determinação. É uma grande alegria estar aqui com a família, incentivando as crianças a terem uma vida saudável", enfatizou.
O presidente do Correio Braziliense, Guilherme Machado, comemorou o retorno da corrida. "Este evento é fantástico. É um prazer ver essa meninada praticando esporte para aprender a competir. É importante para a vida", destacou.
A primeira edição da Marotinha aconteceu em 1992. "Elas (as crianças) não podiam participar dos cinco quilômetros da Maratona Brasília, porque a Federação de Atletismo limitava a idade mínima a 16 anos. Então, o Correio realizou, em 12 de outubro de 1992, a primeira Marotinha", explicou o assessor de relações institucionais do jornal, Miguel Jabour.
"Tivemos sete edições e voltamos agora com muita alegria. Conversei com alguns pais e eles disseram que as crianças mal dormiram de ontem para hoje, de tanta ansiedade. É uma felicidade para o Correio Braziliense, para a TV Brasília e para a Rádio Clube FM poder proporcionar isso para a criançada", completou.
Vice-presidente do jornal, Leonardo Moisés ressaltou a importância de eventos como esse, não só para Brasília, mas para o país. "Retomamos este projeto há três anos e, nesse período, a corrida cresceu de forma exponencial. É uma emoção muito grande ver as crianças", afirmou. "Poder proporcionar para a população de Brasília um projeto que envolve saúde é uma forma de iniciar as crianças em um esporte tão importante quanto o atletismo", disse Moisés.
A corrida foi organizada pelo Clube dos Atletas de Brasília (COR-DF) e promovida pelo Correio Braziliense, TV Brasília e Rádio Clube FM. A Secretaria de Turismo do DF (Setur) entrou como parceira do evento, e apoiaram a Marotinha a La Priori, Escola Canadense e Free Center Calçados.
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