Policiais civis da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) prenderam, na manhã desta quinta-feira (10/10), três integrantes de uma organização criminosa que comercializava maconha no estacionamento entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e um dos anexos da Câmara dos Deputados, além das mediações do Tribunal de Contas da União (TCU).
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), além dos três criminosos detidos, foi identificado outro indivíduo, atualmente foragido. O grupo fornecia e distribuía entorpecentes para servidores e colaboradores dos órgãos durante o horário de almoço.
As investigações revelaram que os criminosos utilizavam grupos de WhatsApp e transferências financeiras para facilitar o comércio ilícito. A operação contou com cerca de 50 policiais, incluindo equipes da Divisão de Operações Especiais (DOE), além do apoio de cães farejadores. Os alvos da 5ª DP vinham sendo monitorados há aproximadamente 12 meses. Eles atuavam de maneira discreta, tentando ocultar suas atividades para evitar a atenção das autoridades.
Os investigadores cumpriram dois mandados de prisão em Samambaia e outro em Águas Lindas de Goiás (GO), onde o grupo também atuava.
Procurado, o STF informou que não há registro de envolvimento de servidores do Tribunal no esquema investigado pela PCDF e pontuou que já tentou assumir a gestão do estacionamento, mas não conseguiu avançar por falta de autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
"A investigação da Polícia Civil diz respeito a fornecimento que teria ocorrido em estacionamento próximo ao Supremo Tribunal Federal, mas que não pertence ao Tribunal. A administração do STF já tentou por diversas vezes regularizar e assumir o local para facilitar o controle, mas não houve autorização do Iphan", escreveu o STF, em nota.
"Além disso, não há registro de envolvimento de nenhum servidor do Tribunal na prática de crimes. O STF tem fornecido informações quando consultado pelos investigadores", concluiu o tribunal.
Ao Correio, o Iphan informou que a proposta do STF em "adotar" o estacionamento ao lado da Corte foi objeto de análise do Grupo Técnico Executivo (GTE) em duas reuniões. O grupo é oriundo do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado entre o instituto e o Governo do Distrito Federal (GDF). Nelas, a recomendação foi para a não consolidação, "considerando as pressões que a área sofre para ocupação, sobretudo expansão de estacionamentos, o que poderia comprometer a característica daquela área, um 'pano de fundo' da Praça dos Três Poderes. Importante destacar que tal posição é do Grupo e não isoladamente do Iphan, e que foi registrada em memória de reunião do GTE", informou o instituto.
"O Iphan é uma autarquia federal que tem a responsabilidade de zelar pela preservação do patrimônio cultural acautelado em nível federal. Assim, o Instituto esclarece que a gestão dos espaços públicos é matéria de responsabilidade exclusiva do GDF e que não tem competência para decidir sobre os modelos de gestão desses locais", concluiu o Iphan, por nota.
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