Faixas de pedestre com pinturas escurecidas e praticamente imperceptíveis, alertas de trânsito aplicados no chão e desbotados, e falta de manutenção da sinalização do asfalto são as principais queixas de muitas pessoas a respeito de diversos trechos de vias no Distrito Federal. Essas falhas e deficiências causam transtornos tanto para pedestres, ao atravessarem várias ruas e estradas locais, quanto para motoristas que querem orientação adequada ao guiarem por elas. Em pontos da L4 Sul, da Estrada Parque Núcleo Bandeirante e do Areal — área vizinha a Águas Claras — o Correio verificou exemplos dessa precariedade. Incomodados, muitos moradores reclamam que, por isso, está cada vez mais perigoso transitar pela capital federal.
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) afirmou que realiza manutenções mensais no Sistema Rodoviário do Distrito Federal. Nos últimos meses, por exemplo, o órgão citou ações nas DF 001, 140, 150 e 250, entre outros locais do DF.
O DER-DF informou ao Correio haver investido, entre janeiro e setembro, R$ 2,3 milhões em reparos e melhorias no conjunto viário e que, até o fim do ano pretende aplicar mais R$ 1,2 milhão com a mesma finalidade. De acordo com o departamento, mesmo com a chegada das primeiras chuvas e a temporada de precipitações pluviométricas prolongadas se aproximando, os trabalhos devem continuar. Para essa finalidade, acrescentou que haverá a utilização de materiais duráveis e de boa visibilidade, como tintas elastoplásticas, acrílicas e, para as faixas de pedestres, laminados especiais.
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Insatisfação
No entanto, a explicação é insuficiente para quem se desloca por veículo ou que tem de cruzar a pé, em algum momento, ruas e e avenidas locais. Não faltam relatos de testemunhas que apontam a falta de sinalização em bom estado. Rafael de Souza Ribeiro, 35 anos, que trabalha em uma empresa de reciclagem, lamentou a dificuldade que enfrenta como pedestre. "À noite, os motoristas não enxergam a sinalização (do asfalto) porque está apagada em muitos lugares. Às vezes, eles param em cima da faixa (de pedestre), com a gente atravessando e arriscando a vida", reclamou.
Ele, que há quase um ano tem de atravessar a L4 Sul para chegar onde trabalha, disse não haver visto, ao longo desse tempo, algum tipo de manutenção na via. "O trânsito, aqui, é bastante pesado e o desgaste dessa pintura é muito grande. Isso tem prejudicado muito a gente e nos deixa em uma situação de extremo perigo. Nós precisamos, urgentemente, de melhorias", pediu.
Colega de Ribeiro na companhia, Vinícius Cosmo Torres, 25, disse que "nenhum motorista respeita as faixas porque não conseguem enxergá-las sem a pintura. Inúmeras vezes, eu precisei atravessar pelo meio da pista correndo riscos. Seria de extrema importância se houvesse essas manutenções nas pistas o mais rápido possível".
Por sua vez, o terapeuta Zacarias Barbosa, morador do Areal há 10 anos, apontou que as faixas apagadas nas ruas da região são um risco constante. "Durante a noite, por exemplo, é muito difícil visualizar as faixas. Certa vez, aconteceu de um carro frear em cima de mim, e o que vinha atrás quase bater", relatou. Ele garantiu que, há muito tempo, não vê qualquer trabalho sendo feito por órgãos públicos nas vias de sua vizinhança.
A servidora pública Maria Rita da Silva, 49, garantiu que tentar usar as faixas de pedestres — boa parte delas apagadas ou com pintura escurecida — é algo bastante arriscado. "É complicado atravessar na faixa, pois ninguém vê. A gente dá sinal com a mão, mas os motoristas não param porque acham que lá não tem faixa. Laide dos Santos Teixeira, 39, auxiliar administrativa e amiga de Maria Rita, contou que viveu uma situação similar à da conhecida: "Eles vêm na maior velocidade. Quase aconteceu acidente grave comigo por causa disso".
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