Investigação

Celas com faccionados do PCC e CV estão em situação precária na Papuda

PCC e CV, além do Comboio do Cão, operam dentro da Papuda. Imagens mostram danos dentro das celas onde abrigam faccionados dessas organizações criminosas

Alas abrigam faccionados das principais organizações criminosas que operam no DF -  (crédito: Divulgação)
Alas abrigam faccionados das principais organizações criminosas que operam no DF - (crédito: Divulgação)

Celas que abrigam membros de facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV) e Comboio do Cão (CDC) no Complexo Penitenciário da Papuda, estão em condições precárias.

Um documento obtido pela reportagem revela que 11 das 14 celas da Ala A, todas as 14 celas da Ala B e nove das 14 celas da Ala C, em um dos blocos do presídio, apresentam avarias, como ferro exposto, sanitários danificados, rachaduras nas paredes e pisos quebrados. Os danos podem ser utilizados pelos detentos para fabricar armas improvisadas.

Uma fonte relatou à reportagem que “um pedaço de cerâmica do sanitário pode ser usado como lâmina para um homicídio”, ressaltando a gravidade da situação, sobretudo em um ambiente onde as facções são rivais na capital federal. Veja.

  • Alas abrigam faccionados das principais organizações criminosas que operam no DF
    Alas abrigam faccionados das principais organizações criminosas que operam no DF Divulgação
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    Alas abrigam faccionados das principais organizações criminosas que operam no DF Divulgação
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Tráfico de drogas e facções

Em maio do ano passado, uma reportagem do Correio revelou que o PCC controla o tráfico de drogas, ordena execuções e recruta novos membros dentro da Papuda. A matéria destacou uma megaoperação da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), que prendeu 11 integrantes do PCC e do CV.

Na época, o Correio também obteve uma carta escrita por um detento do PCC, na qual ele expressava repúdio aos integrantes do Comboio do Cão (CDC). O documento, produzido por um preso da PDF 1, pedia auxílio ao PCC. “Estamos vivendo uma situação de abandono e opressão tanto pelo Estado quanto por uma quadrilha chamada Comboio do Cão (sic). Precisamos de atenção urgente do PCC. Só uma facção do nosso porte pode nos amparar e lutar, armados, contra o Estado no centro do poder”, escreveu o detento.

Ele também relatou que o Comboio do Cão estava “brecando” as atividades do PCC no sistema penitenciário e “impedindo” a disseminação da ideologia da organização criminosa fundada no DF. “Disseram que vão batizar excluídos e decretados pelo PCC e que o projeto deles já foi lançado na rua para nos brecar também fora do presídio”. O detento destacou a preocupação com o fato de haver apenas 27 membros do PCC no pátio contra 80 do CDC, o que colocava sua facção em desvantagem. “Somos minoria em todos os blocos, e a maioria é sempre CDC.”

O que diz a Seape

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) informou que as degradações causadas por vandalismo ou fatores naturais são monitoradas diariamente e tratadas em duas frentes.

“A primeira consiste na identificação dos responsáveis, que podem ser sujeitos a sanções administrativas e/ou penais, dependendo da gravidade da situação. A segunda envolve o isolamento da área afetada e a ativação imediata do Núcleo de Reparos (NUREP), por meio de um relatório, para realizar a manutenção e garantir a segurança do sistema penitenciário”, explicou a Seape.

Quanto às imagens obtidas pela reportagem, a secretaria esclareceu que fazem parte de um relatório de rotina e que as medidas necessárias já estão sendo tomadas. “Desde 2002, não ocorreram rebeliões ou motins significativos no sistema prisional do DF, resultado das rigorosas medidas de segurança e do trabalho preventivo e fiscalizador da Polícia Penal”, destacou a Seape.

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postado em 09/10/2024 00:06
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