Responsável por contribuir na investigação do serial killer Lázaro Barbosa, a cadela Diana, do cuidador e sargento Allex Mourão, foi aposentada junto a nove cachorros em uma solenidade, na tarde desta terça-feira (8/10), no pátio do Batalhão de Policiamento de Choque. Da raça Pastor Belga Malinois, Diana ajudou a encontrar a chácara em que Lázaro costumava se esconder. No local, foram encontradas pistas para a investigação. No evento, foram apresentados oito novos filhotes que serão treinados e podem entrar para o Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães).
Na procura pelo criminoso, a PMDF utilizava de 7 a 8 cães para revezar o trabalho diário, Diana era um deles. Segundo a corporação, na mata por onde pessoas passaram recentemente há um odor específico. A referência de onde Lázaro passou foi dada para Diana, que seguiu o odor do criminoso e os levou a uma chácara onde ele se escondia. “Ele não estava lá, mas a chácara contribuiu com provas, evidências e rastros deixados lá, inclusive, o chacareiro foi preso no local”, explica Allex, cuidador da Diana há 7 anos.
O BPCães já ajudou a identificar entorpecentes, explosivos e armas, auxiliou na busca e captura de criminosos em 1.144 operações bem sucedidas somente neste ano. De acordo com o Major George Rocha, os cães funcionam por associação com as substâncias que se pretende treinar, sendo cada um com uma função específica. Nos treinamentos, toda vez que o animal detecta a respectiva substância ele ganha um brinquedo ou um petisco e, após entender como o trabalho funciona, exerce a função sem necessidade de estímulos.
Amizade
Os oito novos cachorros que prestarão serviços à sociedades começam o treinamento cedo. Com cerca de 45 dias, cada cão começa a associar a respectiva substância. O treinamento completo dos filhotes demora aproximadamente um ano e meio. Após 8 anos de atividades exercidas na PMDF, eles são aposentados e estabelecem um forte vínculo com seu cuidador para o restante da vida.
Comandante-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Ana Paula Barros fala das expectativas sobre cãezinhos. “Nós preparamos os cuidadores para que eles encontrem os novos cães e passem todo o treinamento, uma composição de respeito um pelo outro, para que assim os animais consigam fazer as buscas e apreensões e entregar o serviço à sociedade brasiliense com maior tranquilidade e comprometimento do cuidador e do animal”, disse a policial que já foi cuidadora de cães.
Para Ana Paula, manter uma forte conexão com o animal é essencial, uma vez que os dois juntos formam uma dupla de serviços. "O cão precisa entender, ter o respeito e confiar para ir às ruas, realizar o que aprendeu no treinamento e prezar pela sociedade", completou.
Hora do descanso
Geralmente, na aposentadoria, os cães que foram treinados ficam com seus cuidadores. Pelo forte vínculo, amor e carinho estabelecido, na maioria das vezes, esses policiais acabam adotando os animais. Caso contrário, doam para uma pessoa que seja muito próxima ou que tenha uma certa afinidade.
“Estou com ela há sete anos. Ela nasceu aqui no batalhão, não tem como passar ela para outra pessoa cuidar não”, brincou o sargento que cuida da cadela que contribui na investigação de Lázaro.
Segundo o Major George Rocha, se não houver no BPcães alguém que queira adotar o cachorro, a corporação oferece para outros policiais militares. "Não existe mais a possibilidade de uma pessoa desconhecida adotar o animal, porque eles são um patrimônio da polícia militar", finalizou.
*Estagiários sob a supervisão de Márcia Machado
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