VIOLÊNCIA

Emboscada, asfixia e ocultação: o plano para matar João Miguel

Crime que comoveu o DF contou com o envolvimento de quatro pessoas, sendo três adolescentes

PCDF descarta cárcere privado em caso João Miguel e investiga novos detalhes -  (crédito: PCDF/Divulgação)
PCDF descarta cárcere privado em caso João Miguel e investiga novos detalhes - (crédito: PCDF/Divulgação)

O assassinato do pequeno João Miguel, 10 anos, contou com a participação de três adolescentes e um jovem de 19 anos, todos conhecidos da vítima. Conforme o Correio revelou em primeira mão, o maior de idade, identificado como Jackson Nunes de Souza, está preso desde 27 de setembro. A namorada dele, de 16 anos, é apontada como a mentora do crime.

As investigações, conduzidas pela 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural), esclareceram a motivação por trás do crime que abalou o DF. 

Para a polícia, não há dúvidas de que o quarteto premeditou o assassinato. O motivo? Uma série de acontecimentos envolvendo João Miguel, Jackson e a namorada dele. Jackson e a adolescente moravam juntos no Setor de Chácaras do Guará e recebiam, com frequência, a visita de João. O menino costumava visitar o casal em sua residência no Setor de Chácaras do Guará, onde vendia cigarros eletrônicos.

Em um depoimento prestado à Polícia Civil e obtido pelo Correio, a namorada de Jackson contou que João Miguel passou a cometer pequenos furtos na casa dela e “tentou ajudá-lo” algumas vezes, na tentativa de fazer ele cessar. 

 

Plano

O menor fazia buscas de materiais na reciclagem para vender os itens que ele encontrava. Ele sempre ia com um primo fazer as vendas, mas dessa vez como ele foi sozinho, a menor viu uma oportunidade e deu um sinal para o cunhado, de 16 anos, pois eles estavam premeditando esse crime. 

Segundo a polícia, Jackson Nunes de Souza, 19 anos, está envolvido no assassinato de João Miguel. Ele está preso
Segundo a polícia, Jackson Nunes de Souza, 19 anos, está envolvido no assassinato de João Miguel. Ele está preso (foto: Material cedido ao Correio)

Segundo a delegada chefe da 8ª DP, Bruna Eiras, não foi um crime organizado, porém, foi premeditado porque eles já tinham a intenção de praticar, mas eles não planejaram os detalhes. Os criminosos chamaram João Miguel, quando ele foi vender cigarro eletrônico, para fumar narguilé

Enquanto o menor acendia o narguilé a menina se posicionou por trás menor e pegou uma corda e puxou pelo pescoço. Após o golpe, o outro menor desferiu murros, tapas no rosto de João Miguel e colocou um vestido que já estava nas proximidades, na boca de João o asfixiando.

Após isso, o João Miguel desfaleceu e eles enrolaram o rosto do menor colocando mais um tecido na cabeça e vendando os olhos. Nesse momento, eles amarraram o João no cabresto e o colocaram embaixo da cama da casa do carroceiro. Um tempo depois o maior de idade chegou acompanhado do seu irmão mais novo de 13, pois passou na parada de ônibus e buscou o caçula na escola.

Quando eles chegaram, o carroceiro se deparou com aquela cena, onde a menina mostrou pro marido o que tinha acabado de fazer e celebrou que agora não teria mais furtos na casa. Eles enrolaram o menor no cobertor e botaram ele num tonel amarelo de ração de cavalo. Colocaram o menor em cima da carroça e foram transportar pra esse mapa onde ele foi localizado. 

Após a ocultação do cadáver, a envolvida de dezesseis anos juntamente com o outro menor postaram uma foto no Instagram com a música os 10 mandamentos, do Mc Menor do Chapa, cujo a letra diz: os nossos inimigos, nós vamos eliminar, fato que contribuiu para a investigação.

Os menores vão responder pelos atos infracionais, análogos ao crime de homicídio e ocultação de cadáveres, por meio da delegacia da criança e adolescente. Quanto ao Jackson Nunes de Souza, preso desde 27 de setembro, ele responderá pelo crime de ocultação de cadáver e corrupção de menores, podendo pegar uma pena de até 15 anos de prisão.

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postado em 07/10/2024 13:39 / atualizado em 07/10/2024 15:13
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