As reportagens Piratas das estradas, do Correio Braziliense, são finalistas da 31ª edição do Prêmio CNT de Jornalismo. A série revelou a rotina de ilegalidades e o descaso com a segurança dos viajantes no transporte clandestino.
A lista dos 35 trabalhos finalistas, divididos em sete categorias, foi divulgada na tarde desta quarta-feira (2/10). As reportagens da série Piratas das estradas foram assinadas por Darcianne Diogo, Pablo Giovanni e Fernanda Strickland, com edição de José Carlos Vieira e Eduardo Pinho, fotografias de Kayo Magalhães, diagramação de Guilherme Dias e Eliezer dos Santos, e arte de Lucas Pacífico.
Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), os trabalhos inscritos foram validados pela Comissão Organizadora e avaliados por um grupo de pré-selecionadores composto por cinco jornalistas com atuação acadêmica. Os critérios de avaliação incluíram relevância para o setor de transporte e para a sociedade, qualidade editorial, criatividade/originalidade e atualidade dos temas. Os vencedores serão anunciados na primeira semana de novembro.
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Piratas das estradas
A série foi dividida em três reportagens. A primeira trouxe a história de pessoas vindas de diferentes cidades do Maranhão com destino a Brasília. O objetivo comum era chegar à capital gastando pouco e de forma rápida. No entanto, Maria Crateús, 64 anos, João Freire de Sousa, 57, Francisco Ferreira da Silva, 71, Maria Eliete Gomes da Silva, 57, e Cláudia Maria Moreira, 49, tiveram suas vidas interrompidas por um acidente brutal na BR-070, próximo a Taguatinga, em 21 de outubro do ano passado.
As investigações revelaram que o veículo envolvido no acidente não possuía licença, apresentava vários problemas técnicos e jamais havia sido inspecionado por órgãos oficiais. Era, portanto, uma empresa que se dizia regular, mas que acabou ceifando a vida de pessoas inocentes.
A segunda reportagem expôs um roteiro de irregularidades que se repete em todo o Brasil. Motoristas de ônibus clandestinos, muitas vezes operando com veículos em condições precárias, cruzam o país diariamente, colocando em risco a vida dos passageiros. Para escapar da fiscalização, utilizam grupos de WhatsApp para compartilhar informações sobre pontos de bloqueio, desviam a rota para estradas secundárias e até tentam subornar agentes e fiscais para evitar multas.
Na terceira e última reportagem da série, foi mostrado que a operação de ônibus clandestinos no Brasil não é recente. Esses veículos atuam fora da regulamentação oficial há décadas. Com preços inferiores aos do mercado e maior flexibilidade de horários, essa opção atrai muitos brasileiros. No entanto, a aparente facilidade pode trazer riscos irreversíveis.
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