A situação climática do Brasil foi avaliada por Leila Barros, senadora e presidente da Comissão do Meio Ambiente no Senado Federal, durante o programa CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta quarta-feira (25/9). Aos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Mariana Niederauer, a parlamentar disse o caminho para resolver o quadro de queimadas no Distrito Federal é uma ação conjunta entre a União, o governo local e a sociedade civil.
“A situação de emergência climática no Brasil tirou meu sono, chegou a um ponto que não tem mais campos, nem bandeiras políticas. Está de fato trazendo danos palpáveis à saúde, à fauna, à flora e também à economia. Nós estamos sendo duramente afetados, safras estão sendo perdidas no interior de São Paulo, e aqui na Região Centro-Oeste a situação é muito preocupante", afirmou a senadora.
Leila relatou ao Correio a sensação de estar tão perto das queimadas e disse que esteve no Parque Nacional com o comandante dos bombeiros do Distrito Federal, coronel Sandro Gomes Santos da Silva, e com o Mauro Pires, presidente do ICMBio. O que deixou a senadora mais preocupada foi o fato de o incêndio ter sido próximo às principais fontes que abastecem os reservatórios de Santa Maria e do Descoberto, que atendem a 70% da população do Distrito Federal. "Minha preocupação é com o futuro, com a questão hídrica da nossa cidade e do nosso país", afirmou.
"Já vivemos uma crise hídrica recente, com racionamento em 2017. Se não houver uma ação coletiva entre os setores da sociedade civil e os poderes, dificilmente vamos sair sem grandes danos, que podem ser até irreversíveis se não abrirmos os olhos. O poder legislativo está começando a entender a real gravidade da situação e procurando agir."
”Como presidente da Comissão do Meio Ambiente, vou tratar de reforçar o orçamento do ICMBio e do IBAMA, mas não podemos ignorar a situação do Corpo de Bomeiros do DF. A responsabilidade não pode ser transferida apenas para o governo federal", afirmou.
De acordo com a senadora, 40% das vagas do CBMDF estão vazias e cerca de 1,2 mil bombeiros devem se aposentar até 2026. Leila disse ainda que o GDF não previu no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) para 2025 a contratação de bombeiros, apenas de policiais civis e militares. "Mas existe um concurso que foi feito em 2016, foi prorrogado e vai vencer agora em outubro. Desse concurso, hoje, 100 bombeiros estão preparados, prontos para serem contratados, mas até o momento não foram”, completou.
"O trabalho tem que coletivo. Essa parceria se materializa de forma positiva, por exemplo, no caso em que o governador do Mato Grosso, Eduardo Rios, prevendo as queimadas intensas no Pantanal, acionou o governo federal previamente, evitando uma tragédia com a parceria”, explica.
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