O secretário de Turismo do Distrito Federal, Cristiano Araújo, detalhou ao CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — as expectativas do setor em Brasília com a realização na capital da Abav Expo 2024, evento anual da Associação Brasileira de Agentes de Viagens. Na entrevista concedida nesta segunda-feira (23/9) aos jornalistas Vinícius Dória e Jaqueline Fonseca, ele explicou que o principal foco da feira será o turismo para pessoas com mais de 60 anos. Cristiano Araújo comentou ainda a medida do governador Ibaneis Rocha que suspendeu a construção de um atacadão no entorno do estádio Mané Garrincha.
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Brasília recebe, a partir desta quarta-feira (25/9), o evento anual da Associação Brasileira de Agentes de Viagens (Abav). Isso é uma forma de a capital chacoalhar um pouco o mercado do turismo nacional?
Sem dúvida nenhuma, acho que essa feira vem para coroar o momento que Brasília vive de expansão no setor de turismo. Os números não mentem. Comparado ao ano passado, a gente já aumentou em 30% o número de turistas, no mesmo período. Recebemos aproximadamente 40 mil turistas estrangeiros este ano, então, os números vêm em uma crescente. O governador Ibaneis Rocha entendeu que a vocação de Brasília é serviço, e o turismo é uma indústria de serviço, uma indústria limpa, que não polui, uma indústria que se faz com gente. O turismo é a cara de Brasília.
Havia mais de duas décadas que o evento da Abav não era realizado aqui. Que mensagem isso traz para o setor e para o brasiliense?
Brasília voltou para o turismo. Brasília, hoje, é um polo turístico, tem que ser a capital do turismo também. Com a vinda da Abav, ela quer deixar mais do que o fator comercial da feira, que atrai 10 mil turistas por dia. O governo está investindo R$ 7 milhões na feira, entre espaço e montagem. Mas a gente espera que mais de 70% das pessoas que vêm para essa feira fiquem uns três dias. Se você colocar que o turista um dia na cidade gasta R$ 1 mil, estamos falando de uma injeção de retorno para o DF de R$ 30 milhões. Mas, mais do que esse retorno de negócio, a gente quer o retorno turístico, que é deixar o legado do turismo para Brasília e mostrar o que Brasília tem, nossas riquezas, nossas belezas e nossos produtos. Todo o staff da Secretaria de Turismo, neste momento, está trabalhando, fazendo a curadoria dos produtos que serão apresentados e a montagem do estande. Então, é esse legado que a gente quer deixar com essa feira.
O que vai ser destaque?
O foco principal no Abav Talks, onde vão fazer os debates, é o turismo 60 , esse turismo focado para pessoas com mais de 60 anos. A segurança desses turistas e a acessibilidade e conforto estão focados nisso. É um painel de debates sobre isso. Fala também sobre a reestruturação e a desburocratização do setor de turismo, que viveu um momento muito tenso na pandemia. Foi um setor que parou de verdade, porque não podia ter movimento, não tinha aeroporto funcionando, nem nada. Esse segmento ainda vem passando por uma reestruturação. Foi feito o Perse, que é o Programa de Incentivo ao Setor de Eventos, que vem ajudando, então, vão ser debatidos, principalmente, esses dois temas.
Sobre o atacadão, ali do lado do Mané Garrincha, o governador já disse que não vai permitir. Qual a sua opinião sobre como chegou a essa situação e se o governo está agindo corretamente?
Essa área aqui do Plano Piloto é tombada. A gente tem muito ciúmes dessa área. A gente tem muito cuidado com essa área. Então, eu acho que a obra não estava apropriada para o local. O governador Ibaneis Rocha vai rever todos esses alvarás ali dentro da Arena que estão sendo dados, porque, hoje, parece-me que tem até clínica de beleza funcionando ali dentro, o que não combina com a Arena e com a finalidade dela. Vai ser feito um novo decreto, que vai ser editado amanhã (nesta terça-feira, 24/9) com as novas regras, clareando isso e seguindo o PPCUB (Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília), que é a lei macro que foi aprovada. Mas o governador, de fato, quando tomou conhecimento de que seria um atacadista, ele me ligou no sábado e falou que nós vamos parar isso aí e revogar. Estivemos na reunião nessa segunda-feira cedo tratando das regras desse decreto. Eu comuniquei também aos concessionários da Arena que não vai poder ser atacadista.
*Estagiário sob supervisão de Malcia Afonso
Veja a entrevista:
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