Assistentes de acusação de uma das vítimas do processo do "crime da 113 Sul" requereram à Justiça do DF o início do cumprimento da pena de prisão de Adriana Villela. A arquiteta foi sentenciada a 67 anos e 6 meses de reclusão pelos assassinatos do pai, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; da mãe, Maria Villela; e da empregada, Francisca Nascimento.
O pedido foi apresentado pelos advogados contratados da família de Francisca Nascimento, uma das vítimas. Os assistentes de acusação utilizaram como base o Recurso Extraordinário (RE) 1235340, do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que condenados por júri popular podem ser presos imediatamente após a decisão. A decisão foi tomada pela Corte em 12 de setembro e contou com a maioria dos votos.
“[...] Não existe óbice para o início do cumprimento da pena fixada contra a ré, que se trata de medida de Justiça, uma vez que o crime cometido é um dos mais notórios do país e a ré é a única dos condenados pela bárbara chacina que ainda está em liberdade, apesar de decorridos 15 anos da ocorrência”, justificaram os assistentes de acusação.
Na decisão, os advogados pedem o deferimento do pedido e a expedição do mandado de prisão para o início do cumprimento da pena pela ré. A defesa solicitou, ainda, a juntada de novas procurações dos familiares da vítima que ratificam todos os atos praticados até a presente data pelos advogados que atuaram na assistência de acusação no processo.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Adriana e aguarda retorno.
O caso
Em 28 de agosto de 2009, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; a advogada Maria Villela; e a empregada da família, Francisca Nascimento Silva, receberam, no total, 73 facadas dentro do apartamento do casal. Os corpos dos três foram encontrados em decomposição em 31 de agosto de 2009.
Cerca de um ano após o crime, Adriana Villela e o porteiro do prédio, Leonardo Campos Alves, foram presos. Leonardo chegou a assumir os assassinatos. Ele ainda apontou que teve ajuda de um sobrinho e de uma outra pessoa. Os dois suspeitos também confessaram participação, mas depois voltaram atrás e disseram que só confessaram por terem sido torturados por 24 horas. Mesmo assim, os três foram condenados. A soma da pena deles chega a 177 anos.
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