MEIO AMBIENTE

A preservação do bem comum mobiliza para a limpeza no lago Paranoá

Adasa realizou 12ª edição da Semana do Lago Limpo, com o objetivo de conscientizar a população sobre a conservação dos recursos hídricos. Foram retiradas, apenas na região do Deck Sul, mais de 1,5 toneladas de lixo

Alan Resah — especial para o Correio

Em tempos de seca prolongada, com o Distrito Federal registrando oficialmente mais de 150 dias consecutivos sem chuva, é preciso destacar a importância da preservação dos recursos hídricos da capital do país, em especial, do lago Paranoá. A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) promoveu a 12ª edição da Semana do Lago Limpo, que teve início na quinta-feira (19/9) e conclusão nesse sábado (21/9). O evento é ligado ao Dia Mundial da Limpeza (Worlds Clean Up Day), celebrado em 20 de setembro. 

Entre os diversos objetos encontrados em meio ao lixo recolhido estão tarrafas para pesca de peixes e camarão abandonadas, fraldas descartáveis, garrafas pet, pneus, televisões, celulares e até um Santo Antônio (sim, o casamenteiro) de ponta cabeça, amarrado ao deck. Em três dias, foram retiradas mais de 1,5 toneladas de lixo apenas no Deck Sul, região frequentada por moradores de todo o DF para lazer e práticas esportivas e também utilizado por pescadores amadores.

As águas do lago contam com a quarta maior frota náutica do Brasil, com mais de 50 mil embarcações, o que também pode contribuir para o descarte irregular de lixo na região.

A ação contou com a participação da Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal (Sema-DF), do Instituto Brasília Ambiental, do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), da Associação Brasileira de Esportes e Pesca Subaquáticos (DFSub) e da Associação de Pesca Esportiva, Subaquática e Conscientização Ambiental do Distrito Federal (ASPSSHARK-DF).

Fernando César Costa, diretor de mergulho livre da DFSUB, que atuou na ação, destaca que esta é a sétima participação da Associação no evento. "Nós, pescadores subaquáticos, somos dedicados e também responsáveis pela preservação do meio ambiente, inclusive porque nós precisamos dele com saúde, uma vez que a natureza já se encontra com diversas limitações, para que possamos desenvolver as nossas práticas. A nossa presença hoje demonstra o nosso compromisso com o meio ambiente saudável e protegido", salienta Fernando. 

 

Museu de objetos

Os voluntários da atividade também tiveram a oportunidade de ajudar uma tartaruga encontrada presa por um anzol de pesca na parte inferior do deck de madeira. Após o resgate e avaliação, ela foi devolvida ao lago.

No local, entre os espaços organizados para a celebração da Semana do Lago Limpo, foi montado uma espécie de museu de raridades, com objetos encontrados nas ações anteriores como televisores, máquina de costura, máquina de datilografar, projéteis de revólver, triciclo, uma máquina fotográfica modelo rolleiflex e até uma granada.

A auxiliar-administrativa Edvania Garcia esteve no local com a filha de 2 anos durante toda a ação e destacou como o trabalho realizado às margens do lago pode ser prazeroso e de fundamental importância para a preservação do meio ambiente. "A conservação dos espaços públicos e naturais é necessária, ainda mais nesta região seca e de baixa umidade que vivemos, onde podemos desfrutar das belezas e da água cristalina do lago Paranoá", afirma. 

"Essa atividade propõe uma contribuição incrível para a natureza local, porque joga um holofote sobre a temática da preservação ambiental, que é fundamental. Aqui nós chamamos a atenção para a importância da limpeza do lago Paranoá, para que assim ele continue com os seus diversos usos, pois, preservado, ele será sempre mais útil à população", destaca o presidente da Adasa, Raimundo Ribeiro. 

Raimundo salienta que muitos rejeitos encontrados às margens do Lago são de lixos descartados de maneira inapropriada pela cidade, trazidos para a região pelas galerias pluviais. "Vem tudo parar aqui, mas o importante é que a população não jogue lixo no lugar errado e se conscientize", explicou. 

Participação coletiva

Para ajudar na coleta realizada na quinta e na sexta-feira, foram chamados cerca de 20 reeducandos contratados da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (FUNAP), que também contribuíram fabricando, nas oficinas de costura e marcenaria da instituição, todos os cestos flutuantes, utilizados pelos pescadores e mergulhadores no evento. 

Também estiveram presentes o Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal (PMDF Ambiental), a Administração Regional do Plano Piloto, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF), a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e o Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).

 


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