Iniciando a segunda semana de sabatina com os candidatos a prefeito das cidades do Entorno do Distrito Federal, dentro do Jornal Local, os jornalistas Lucas Móbille e Arthur de Souza conversaram, nesta segunda-feira (16/9), com Maria Yvelônia (Solidariedade) e Professora Lucimar (PT), que disputam a vaga em Valparaíso de Goiás. A sabatina é uma parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília.
Maria Yvelônia (Solidariedade)
Quem é, de onde veio e qual a sua relação com a política de Valparaíso de Goiás?
Sou assistente social, nordestina e moro em Valparaíso há 25 anos. Sou mãe, esposa e estou candidata a prefeita da cidade, pois acredito que a minha experiência profissional pode cuidar da população de Valparaíso como elas verdadeiramente merecem. Atuei como assistente social no município, cuidando do Creas, sendo responsável pela implantação da primeira casa de idosos de Valparaíso.
Valparaíso está entre as 130 cidades mais violentas do país. Qual a sua proposta para mudar isso?
Iremos criar a Secretaria de Segurança Pública. Acreditamos na importância de investir, inclusive com uma gratificação para as polícias Civil e Militar. Também queremos ampliar o número de profissionais da Guarda Civil Municipal, por meio de concurso, e buscar a integração das diversas forças policiais para a proteção do cidadão. Queremos contar com o monitoramento de vídeo em toda a cidade. Atualmente, são apenas 21, sendo que Valparaíso soma mais de 50 bairros. Isso traz bastante transtornos.
Falando sobre os alagamentos da cidade, o que pretende fazer para mudar essa realidade?
Vamos resolver. Acreditamos numa secretaria com pessoas capacitadas, que vão trabalhar para conter a força da água que chega na cidade e fazer com que a população não sofra, perdendo suas mercadorias, seus móveis e imóveis. Fui vítima de um alagamento e sei o que o cidadão de Valparaíso passa. Vamos resolver, inclusive investindo na limpeza urbana e das bocas de lobo.
Quais são suas propostas para incentivar o comércio local?
Temos a proposta de investir nos pioneiros, além de incentivar a vinda de mais investidores. Vamos ter o IPTU empresarial, reduzindo o imposto nos prédios que funcionem como comércio e criar um programa de capital de giro, para ajudar as empresas a terem o investimento necessário para manter sua saúde financeira. Também acredito que é importante investir na capacitação e na profissionalização.
Como resolver a mobilidade dentro de Valparaíso?
Vamos olhar para o cidadão que, hoje, mora no (bairro) Pacaembu e tem que ir a pé até Valparaíso 2 ou que mora na Cidade Jardins e não consegue ir até a Etapa A. Vamos investir em ônibus que circulem dentro da cidade. A ideia é que sejam veículos elétricos, para cuidar da questão ambiental, e com tarifa zero.
O que a senhora tem de proposta para a saúde, voltada às pessoas com deficiência?
Hoje, só temos um centro de reabilitação. A minha proposta é abrir mais um, para que possa atender bairros como Ipanema, Marajó e Santa Rita. A demanda é muito grande e não há atendimento para todos. Com isso, muitas pessoas com deficiência passam pelo atendimento inicial, depois entram numa fila de espera, fazendo com que haja uma regressão. Hoje, Valparaíso conta com cerca de 3 mil pessoas com autismo e não temos um centro de referência. A minha proposta é criar um dentro da cidade.
Em relação à inclusão social e cultura, o que fazer para dar atenção a esses setores?
Nossos atletas e artistas, buscam investimento em outros municípios e, infelizmente, quando ganham algum prêmio, não levantam a bandeira de Valparaíso. Vamos trabalhar o bolsa-atleta e um programa de incentivo a cultura, para que o artista possa ter o seu cachê e, com isso, repercutir no crescimento do comércio, pois ele poderá estar em algum estabelecimento, com o dinheiro pago pela prefeitura, tendo a possibilidade de crescimento.
Sobre a mobilidade entre Valparaíso e o DF, quais as suas propostas para melhorá-la?
Essa situação nunca melhorou, pelo contrário. Com o passar dos anos, foram criados condomínios na cidade e, pessoas com o sonho da própria, foram morar em Valparaíso, mas continuaram com suas atividades no DF. Precisamos de parcerias do GDF, pensando em novas estratégias para conseguir resolver essa dificuldade que é se locomover até o DF.
O que fazer para melhorar a saúde, em geral, de Valparaíso?
Ninguém nasce em Valparaíso, pois não temos uma maternidade. Se eleita, vou construir a primeira da cidade. Também temos UPAs fechadas há muito tempo e precisamos do funcionamento efetivo de todas. É preciso investir na questão dos exames. Atualmente, a população de Valparaíso pega uma van, às 2h30, para ir até Goiânia fazer um exame que demora, em média, 40 minutos. Vamos fazer parcerias com empresas privadas e investir em concurso público, para aumentar o número de profissionais da saúde.
Considerações finais
Assim como você, estou cansada de só ouvir promessas. Sou uma pessoa que está preparada para fazer gestão em Valparaíso. Trabalhei no governo federal com um orçamento de R$ 160 bilhões e não tenho nenhum processo. Isso mostrou que tenho respeito com o dinheiro público. Vamos resolver problemas antigos, como a rodoviária local. Acredito na força do trabalho e que o eleitor é a grande autoridade do município.
Professora Lucimar (PT)
Quem é, de onde veio e qual a sua relação com a política de Valparaíso de Goiás?
Sou filha de agricultores familiares do interior de Goiás, sou casada, mãe de três filhos e moro em Valparaíso há 30 anos. Sou professora, com formação em sociologia. Depois de ser vereadora e prefeita, quero voltar à prefeitura. Estou muito feliz de poder apresentar as minhas propostas.
Valparaíso está entre as 130 cidades mais violentas do país. Qual a sua proposta para mudar isso?
Fui a prefeita que criou a Guarda Municipal e quero fortalecê-la. Também fiz projetos interessantes com a comunidade, como o Comércio Seguro e a Vizinhança Solidária, articulando a comunidade a ter uma relação direta com as polícias Civil e Militar. Só que segurança pública não é uma questão só de polícia, mas de oportunidade para os jovens e, nesse sentido, quero melhorar o que fiz como prefeita, que foi a criação de mais de 4,5 mil estágios na prefeitura. Também quero dar qualificação e envolver a juventude na cultura. Segurança pública não é só uma questão de repressão, mas de oportunidade.
Falando sobre os alagamentos da cidade, o que pretende fazer para mudar essa realidade?
Esse é um dos nossos maiores desafios. Com a impermeabilização do Polo JK e de Santa Maria, toda água que desce do DF, cria um verdadeiro rio em Valparaíso. Como prefeita, aprovei R$ 116 milhões para o bairro Anhanguera, que ficou parado durante muitos anos. Só que, se eleita, vou executá-los. Não medirei esforços para credenciar novos projetos de infraestrutura, junto ao governo federal. Não é só com recursos do município que se executa obras de infraestrutura.
Sendo professora, o que a senhora consegue enxergar na educação que precisa de mudança?
Fui a prefeita que realizou o maior concurso da história de Valparaíso, entregou 87 novas salas de aulas, sacramentou 21 novas escolas e levou o Instituto Federal até a cidade. Tendo uma nova oportunidade, farei um novo concurso público e não vou deixar nenhuma criança fora da escola. Também vou prorrogar os contratos de todos os temporários por mais um ano, enquanto o concurso não é realizado.
Como melhorar a mobilidade urbana da cidade, tanto interna quanto para o DF?
Vou implementar, nos seis primeiros meses de governo, o tarifa zero, que é uma experiência de sucesso em mais de 100 cidades. Fizemos um estudo técnico e Valparaíso tem condições de implementar também, garantindo a mobilidade dentro da cidade, com ônibus de qualidade e no horário certo. Temos a garantia do governo federal, dentro do PAC, o nosso BRT, que vai sair de Santa Maria e vai até Luziânia.
O que não conseguiu fazer na sua antiga gestão que pretende realizar agora, caso eleita?
Vamos dar continuidade à infraestrutura do bairro Anhanguera, além de cadastrar novos projetos. Tenho certeza de que, com a parceria do governo federal, levarei recursos para a nossa infraestrutura. Valparaíso precisa de saneamento integrado, tratamento de esgoto e água. A cidade voltou a ter problemas com o tratamento de água, pois a cidade cresce muito rápido.
Em relação à inclusão social e cultura, o que fazer para dar atenção a esses setores?
Quero dar continuidade ao investimento na cultura de Valparaíso. Realizamos cinema de alto nível com a juventude, criamos a orquestra municipal, colocamos os jovens para fazer arte, cultura, dança e teatro, em cinco bairros da cidade e queremos ampliar isso. Inaugurei o Céu das Artes e quero criar mais um, na região do Céu Azul e Anhanguera. Quero levar a arte e a cultura para dentro das escolas, de forma mais efetiva.
Quais são suas propostas para incentivar o comércio local?
Levei grandes empresas até Valparaíso, pois acreditava que precisávamos de oportunidades de trabalho. Também criei o projeto Eu Valorizo a Minha Cidade, para que empreendedores e a população em geral pudessem acreditar em Valparaíso. A ideia era mostrar que era preciso consumir os produtos vendidos dentro do nosso município. Somos a sexta economia de Goiás, com um potencial gigante na área de comércio e prestação de serviços.
O que fazer para melhorar a saúde, em geral, de Valparaíso?
Não vou deixar UPA fechada. Na minha gestão, inaugurei a nossa UPA, construí cinco novas UBSs, reformei todos os nossos PSFs e qualifiquei as equipes de agentes comunitários e de combate às endemias. Agora, a ideia é aumentar ainda mais o número de equipes dos PSFs, fazer a UPA voltar a funcionar e fazer com que a nossa maternidade, de fato, exista, em parceria com os governos de Goiás, do DF e federal.
Considerações finais
Quero expressar meu carinho e a minha gratidão ao povo de Valparaíso, que tem me dado muitas oportunidades. Sou professora e sei que a educação transforma a vida das pessoas. Quero pedir que o eleitor me dê uma segunda oportunidade de ser prefeita de Valparaíso de Goiás e continuar o trabalho que estava fazendo.
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