A seca em 2024 no Distrito Federal entrou no ranking de anos com maiores períodos sem chuva. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), está em quinto lugar, completando 142 dias de estiagem.
A temperatura mínima, nesta quarta-feira (11/9), foi de 18°C e a máxima de 30°C, enquanto a umidade relativa do ar chegou aos 15%. Para esta quinta-feira (12/9), a previsão também é de muito calor, com a temperatura máxima podendo alcançar os 31°C, com poucas nuvens e névoa seca. A umidade relativa do ar pode ficar em 20%.
O longo período de seca e as altas temperaturas já se refletem no reservatório de Santa Maria, que está com o nível de água em 46,03%. Há um ano, o volume útil estava em 62,71%. O reservatório abastece cerca de 19% da população do DF, conforme a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Vegetação sofre
A estiagem contribui para a incidência de incêndios florestais no Cerrado do DF. De janeiro a 10 de setembro deste ano, foram registradas 10.203 ocorrências. No ano passado, de janeiro a agosto, foram 4.180 ocorrências (não há informações precisas sobre o mês de setembro). O Corpo de Bombeiros (CBMDF) alerta, porém, que os dados de 2023 são considerados exceção, uma vez que houve registro de chuvas em junho, o que contribuiu para que as chamas se apresentassem com menos veemência e o número de queimadas fugisse da média histórica.
Somente nesse fim de semana, o CBMDF atendeu a 209 ocorrências de incêndio em vegetação, sendo 121 no sábado, com 3,135,403.62m² de área queimada e 88 no domingo, resultando em 4,195,948.94m² de área queimada.
Apesar de a estiagem contribuir para o aparecimento do fogo e de os incêndios serem considerados comuns nesta época do ano, de acordo com a corporação, as principais causas de incêndio florestal são advindas da atividade humana, como por exemplo: queima de lixo; queima de podas; queima de resto de culturas em propriedades agrícolas; aceiros mal dimensionados, e ainda ações criminosas diversas, aponta o Corpo de Bombeiros.
É importante ressaltar que provocar incêndio em mata ou floresta é crime ambiental definido no artigo 41 da Lei de Crimes Ambientais, com previsão de pena de reclusão de dois a quatro anos, assim como causar incêndio expondo a vida, integridade física ou patrimônio de outro a perigo sujeita o infrator a reclusão de três a seis anos (artigo 250 do Código Penal).
Combate
Para conter as chamas, a Operação Verde Vivo (OPVV), que tem como objetivo reduzir e prevenir incêndios florestais durante a estação seca na região, conta, atualmente, com 226 militares inteiramente à disposição das ocorrências relacionadas a incêndios florestais. Eles estão divididos em quatro alas de serviço operacional diário e distribuídos em 25 viaturas. Na Fase V, de combate crítico, iniciada em setembro, há um reforço diário de aproximadamente 120 militares, segundo a corporação.
Neste momento, o CBMDF conta, em média, com 180 militares atuando no combate a incêndios florestais diariamente. Eles têm o apoio do Grupamento de Aviação Operacional do Corpo de Bombeiros (Gavop). Desde 2021, há um drone exclusivamente para uso do Grupamento de Proteção Ambiental. Neste ano, outro drone foi adquirido. Agora, um deles opera na Área Leste e outro na Área Oeste.
Os relatórios anuais da OPVV apontam que, anualmente, as regiões administrativas mais atingidas pelos incêndios florestais são, respectivamente: Gama, Samambaia, Brazlândia, Santa Maria, Planaltina e São Sebastião.
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