O Governo do Distrito Federal (GDF) decidiu, nesta sexta-feira (6/9), manter interditado o acesso dos moradores a três casas vizinhas de um imóvel que desabou, quarta-feira (4/9). O acidente ocorreu no condomínio Três Marias, na colônia agrícola Bernardo Sayão, no Guará II, próximo ao local em que uma empresa, contratada pela Secretaria de Estado de Obras e Infraestrutura do Distrito Federal (SODF), construía uma bacia de contenção de água da chuva. A residência foi ao chão depois que parte do solo do terreno, perto de onde as máquinas e os empregados da empreiteira estavam, cedeu.
O Correio esteve na área e conversou com moradores, além da proprietária da casa que ruiu a servidora pública Clarissa Dutra, 36 anos. A residência havia sido construída há cerca de um ano e meio, e há cinco meses ela e sua família se mudaram para lá.
Segundo Clarissa, uma dia antes do ocorrido, foram verificadas avarias graves. "Na quarta, pela manhã, uma rachadura do solo chegou à nossa casa e fui, com o síndico, pedir orientação (no canteiro). Três pessoas da empresa entraram na casa e disseram para ficarmos tranquilos", acusou. Ela, então, contatou os bombeiros, que a orientaram a acionar a Defesa Civil, em seguida saiu para almoçar e, menos de uma hora após deixar seu imóvel, recebeu a notícia de que estava totalmente destruído.
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Insegurança
Devido ao desabamento, por motivos de segurança, o GDF determinou a interdição do acesso a três residências próximas. Uma delas é a da bombeira militar Carla Margarette, 43, que teve de ir para um hotel. Ela reclamou que os responsáveis pela obra prometeram arcar com as despesas, mas que nada foi formalizado até o momento.
O síndico do condomínio, André Carvalho, 42, disse que a situação é desesperadora. "Os moradores estão inconsoláveis. Não temos nenhum documento que nos dê segurança. Outras casas (não interditadas) também apresentam rachaduras e isso nos preocupa bastante. Estamos à mercê da situação", declarou.
Proprietário de um imóvel que fica de frente para a obra, o aposentado José Luis De Carvalho, 64, disse que as máquinas são as responsáveis pelos estragos.
Providências
A SODF informou que os advogados da empresa contratada e os da família que perdeu sua moradia estão em negociações. "Estamos em contato constante com a Defesa Civil e o CBMDF, para que, o quanto antes, as famílias possam retornar às suas casas (interditadas)", se manifestou a pasta, por nota.
Por sua vez, a Pentag Engenharia, firma responsável pela trabalho, divulgou a seguinte mensagem à imprensa: "A empresa está elaborando um plano de ação para auxiliar as vítimas até que as investigações sejam concluídas. Algumas vítimas, inclusive, já estão hospedadas em hotéis arcados pela empresa. A Pentag prestará toda a assistência emergencial até que as investigações sejam concluídas".