Meio ambiente

Maior incêndio em 10 anos destrói quase metade da Flona de Brasília

Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar a possibilidade do incêndio ter tido origeme origem criminosa

A Floresta Nacional de Brasília (Flona) perdeu 2,5 mil hectares para o fogo, segundo o último monitoramento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), divulgado no final da tarde desta sexta-feira (6/9). A área atingida corresponde a 45,85% — quase a metade — total da unidade de conservação.

De acordo com o instituto, é o maior incêndio florestal dos últimos 10 anos na unidade — existe a expectativa de que o incêndio seja extinto até sábado (7/9). Além do combate às áreas quentes, foram realizadas ações de monitoramento e auxílio à fauna local, com a distribuição de alimentos e água para os animais nas áreas atingidas. 

Entre os itens distribuídos estão frutas e sementes, colocadas em pontos estratégicos da mata. Nas atividades de monitoramento, uma cascavel e uma cobra corredeira foram encontradas mortas.

Incêndio

A reportagem do Correio esteve na Flona nesta quinta-feira (5/9). Após três dias ardendo em chamas, o cenário é desolador. As árvores, antes altas e verdes, foram reduzidas a troncos, cobertos por cinzas, caídos no chão. Os cantos dos pássaros ecoam distante e a fauna parece não habitar mais o local.

O cheiro de fumaça se espalha por toda a Flona e não é mais possível avistar flores na vegetação. As marcas das chamas alcançaram a metade dos troncos maiores. Ontem ainda havia pequenos focos de incêndio. Militares dos bombeiros também lutavam contra as queimadas nas vegetações da DF-001, nas proximidades da Flona. 

Segundo o ICMBio, cobras, lagartos e um cágado foram encontrados mortos. Uma jararaca foi resgatada e teve de ser encaminhada ao Centro de Triagens de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama. Um rato silvestre, ferido, foi levado para o Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre (HFaus).

Investigação policial

Em razão do incêndio, a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar a possibilidade de origem criminosa. Nesta quinta, foi realizada uma perícia nos locais onde começaram as chamas. Segundo o ICMBio, três pessoas foram vistas no local onde o fogo começou, o que pode indicar ação intencional.

As investigações estão sendo conduzidas em sigilo pela Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais da Superintendência da PF no DF.

 

Mais Lidas