Em Brasília, em um cenário marcado pela seca, com a umidade relativa do ar atingindo históricos 7% e com a vegetação sendo castigada pelas queimadas, as plantas residenciais emergem como uma solução prática e ecológica para manter o conforto e a beleza dos lares. No Dia do Cerrado, as plantas são lembradas não apenas como elementos de decoração de ambientes, mas também pela melhora significativa que proporcionam ao ar e à umidade, oferecendo benefícios para a saúde dos moradores.
"Elas ajudam na descompressão do estresse, melhoram o conforto térmico e sonoro, umidificam e dão um salto de qualidade no ar, além de promover uma conexão com a natureza e minimizar a ansiedade. Além disso, elas são grandes aliadas na decoração, tornando o ambiente mais aconchegante e fresco", explica o paisagista Álvaro Limão.
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A casa de Arlete Almeida Alves, 54, em Sobradinho, é um exemplo de como o amor por plantas pode transformar um espaço onde a natureza é a rainha. Logo na entrada do ambiente, o visitante pode notar uma variedade de plantas, desde suculentas robustas até flores delicadas. Há, ainda, um espaço carinhosamente chamado de "cantinho do café". Inicialmente pensado para ser dedicado ao momento mais aguardado do dia.
Mas o verdadeiro destaque da casa é o quintal, um espaço que Arlete transformou em um oásis natural para relaxar em momentos de estresse. Ao abrir a porta dos fundos, o visitante é recebido pelas plantas que se destacam por suas propriedades umidificadoras e purificadoras do ar. Entre elas, estão o Lírio-da-paz (Spathiphyllum), conhecido por aumentar a umidade do ar em até 5% e eliminar substâncias químicas e micróbios. A Jiboia, versátil e resistente, absorve formaldeído, benzina e outros poluentes. E a Palmeira-Bambu (Chamaedorea), ideal para espaços menores, eficaz na umidificação do ar e remoção de poluentes.
O ambiente atrai até a presença de animais, como tucanos, pica paus, araras e do mico-leão dourado, criando uma atmosfera de paz e tranquilidade, tornando o quintal o local perfeito para relaxar e se conectar com a natureza.
Os cuidados com o verde começaram aos nove anos de idade anos. "Minha mãe tinha algumas plantas, mas não conseguia cuidar, e eu ficava vendo elas ali precisando ser regadas. Então comecei a cuidar. Minha primeira planta foi uma babosa (Aloe barbadensis), que também é umidificadora, tenho ela até hoje", relata.
Eles fazem parte de um planejamento de rotina, que dependendo da época do ano, pode mudar. Na época da chuva, as plantas comuns são mais fáceis de cuidar, mas as suculentas demandam mais atenção. Durante a seca, ela acorda mais cedo para regar as plantas e, se necessário, volta à noite para garantir que elas estejam bem hidratadas.
Apartamentos
Mantê-las em ambientes internos como apartamentos, especialmente em tempos de seca, requer atenção especial. É fundamental ter cuidado com a rega, fazer manutenção regular ( com reposição de nutrientes, controle de pragas e podas) e redobrar a atenção durante a seca. O paisagista ressalta que garantir boas soluções de conforto térmico, como janelas ou aberturas, é essencial para a ventilação e iluminação naturais das plantas.
A umidade comum em apartamentos pode variar significativamente de acordo com o andar. Essa variação é influenciada por diversos fatores, incluindo a ventilação, a exposição ao sol e as características do edifício.
Geralmente, os andares mais baixos podem ter uma ventilação menos eficaz, especialmente se estiverem próximos a áreas externas como jardins ou calçadas, onde a umidade pode ser mais alta. Os andares mais altos tendem a ter melhor ventilação, o que pode ajudar a reduzir a umidade. No entanto, eles também podem estar mais expostos a ventos e mudanças climáticas, o que pode afetar a umidade interna.
Marcia de Amorim Torres, 47, bacharel em direito, mora no quarto andar de um edifício no Sudoeste e começou a adquirir plantas por uma indicação da sua amiga de infância paisagista, por elas serem umidificadoras. As espécies são as espadas de São Jorge e de Santa Bárbara que podem ser regadas até pelo menos uma vez na semana por serem plantas extremamente resistentes. "Recentemente o clima tem ficado pior, principalmente depois da construção do viaduto do Parque da Cidade, em que foram arrancadas 600 árvores. E ainda foi anunciado que vão arrancar mais. Precisei me precaver", desabafa.
* Estagiária sob a supervisão de Márcia Machado
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