Investigação

PCDF recupera R$ 170 milhões em bens de facções criminosas em operações

Valores recuperados em 2024 foram oriundos de operações que desarticularam organizações criminosas, corrupção e sonegação fiscal. Números — que levam em conta apenas este ano — são considerados históricos pelos investigadores da Decor

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) recuperou, em 2024, R$ 170 milhões em ativos oriundos de crimes cometidos por facções criminosas, corrupção, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e outros delitos financeiros. Esse valor histórico representa um importante retorno aos cofres públicos do Governo do Distrito Federal (GDF).

Os dados referem-se ao período de janeiro a agosto deste ano. Segundo o Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) — responsável pela repressão ao crime na capital federal —, entre os bens recuperados estão 136 automóveis e 86 imóveis, além de dinheiro em espécie apreendido durante operações e valores bloqueados em contas bancárias dos investigados, via sistema judicial. Os valores superam a parcela do Tesouro do GDF usada para arcar com as despesas referentes à manutenção dos serviços da PCDF em todo o ano passado, que totalizou R$ 141 milhões, segundo dados do Sistema Integrado de Gestão Governamental. 

De acordo com o diretor da Decor, delegado Leonardo Cardoso, a criação de um comitê para implementar e monitorar a política de combate à lavagem de dinheiro e à recuperação de ativos permitiu à corporação aprimorar suas técnicas de investigação, alcançando os responsáveis pela sonegação. 

"É provável que, nos próximos dias, o departamento atinja a marca de R$ 200 milhões em ativos recuperados, visto que várias investigações em andamento utilizam esse modelo de atuação, focado no ataque ao poder econômico dos grupos criminosos", afirmou o delegado.

Os valores recuperados pela Decor seriam suficientes para cobrir integralmente os custos de quatro anos do Serviço Voluntário Gratificado (SVG). A despesa, que garante o funcionamento das delegacias do Distrito Federal 24 horas por dia, é estimada em R$ 40 milhões por ano. Além disso, o montante poderia ser usado para adquirir 1.488 viaturas tipo SUV, utilizadas no combate ao crime organizado.

"Sabemos que o enfrentamento ao crime organizado não se resume à prisão dos criminosos. Nosso esforço também está voltado para a recuperação de ativos e o combate à lavagem de dinheiro. Apesar da complexidade dessas investigações, sob a gestão do delegado-geral José Werick, houve uma rápida mudança na cultura institucional, resultando em números muito expressivos", destacou o delegado-geral adjunto Benito Tiezzi.

O montante de R$ 170 milhões refere-se às operações conduzidas pelas delegacias da Decor. Esse valor não inclui os resultados de outras delegacias especializadas, como a Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), a Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) e a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC).

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