Obituário

Amigos e empresários lamentam a morte de Darlan Guimarães; veja

Empresário Darlan Guimarães ficou ferido com um tiro acidental na perna esquerda, no interior do Mato Grosso. Ele foi levado de avião para Palmas (TO) mas não resistiu ao ferimento e faleceu no voo

Empresário marcou a história comercial da região com suas padarias -  (crédito:  Reprodução/Instagram/@paodouradopadaria_)
Empresário marcou a história comercial da região com suas padarias - (crédito: Reprodução/Instagram/@paodouradopadaria_)

Brasília perdeu um dos empresários de maior sucesso do ramo das padarias. Aos 55 anos, Darlan Guimarães, dono da rede Pão Dourado, faleceu após ficar ferido por um tiro, supostamente acidental, numa fazenda em Santa Cruz do Xingu, no Mato Grosso (MT), na sexta-feira. Ele foi à região para uma pescaria com amigos. O Correio apurou que a mulher e os filhos de Darlan estavam em São Paulo. O comerciante chegou a ser levado de avião para Palmas, capital de Tocantins (TO), mas não resistiu ao ferimento e morreu durante o voo. Por ser um caso em que houve uso de arma, a Polícia Civil tocantinense registrou boletim de ocorrência. O documento será encaminhado aos policiais civis mato-grossenses que darão início à investigação que buscará esclarecer o que ocorreu.

De acordo com informações obtidas junto a autoridades de Tocantins, por volta das 17h30, na sexta, o caseiro da fazenda em que Guimarães estava hospedado ouviu um barulho de disparo na propriedade. Em seguida, esse funcionário teria ido verificar o que houve no ponto de onde o barulho partiu.

Procurada pelo Correio, a Polícia Militar de Tocantins (PMTO) acrescentou que o trabalhador — que não teve o nome divulgado — teria encontrado o empresário sozinho, com um ferimento na perna esquerda e, junto a ele, uma espingarda calibre 12. "O homem havia perdido muito sangue, mas a testemunha conseguiu estancar o sangramento e, com a ajuda dos outros presentes, carregou-o até o avião da fazenda para buscar atendimento médico", acrescentou a corporação em nota.

Urgência

Guimarães foi levado para Palmas por lá ser a cidade mais próxima e com infraestrutura hospitalar. A aeronave viajou por cerca de três horas até pousar no Aeroporto Brigadeiro Lysias Rodrigues, na capital tocantinense. Apesar dos esforços, segundo a PMTO, o tempo foi insuficiente para salvar a vida da vítima.

Darlan faleceu ainda na aeronave
Equipes do Samu de Tocantins, que esperavam o ferido no aeroporto, tentaram salvá-lo, mas sem sucesso (foto: PMTO/Divulgação)

Após a aterrissagem, equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que esperavam o ferido, fizeram manobras de reanimação por quase 45 minutos para tentar salvá-lo, mas sem sucesso. Peritos e agentes do Instituto Médico Legal (IML) e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foram acionados e compareceram ao terminal aéreo após ser comunicado o óbito pelos paramédicos.

A Secretaria da Segurança Pública tocantinense esclareceu, por nota, que o corpo do empresário foi lavado ao IML de Palma, Lá passou por exames de necropsia e, em seguida, liberado aos parentes. "A família, que é de Brasília, nomeou um procurador que providenciou toda a documentação necessária e levará o corpo para a capital federal via transporte aéreo", completou a mensagem da pasta. Ainda não foram dadas informações sobre o velório e enterro.

Pesar

Amigos lamentaram a morte de Guimarães. Vários disseram haver sido pegos de surpresa. Um deles foi o presidente Associação dos Revendedores de Veículos do Distrito Dederal (Agenciauto), José Rodrigues Neto, que declarou: "Ele foi um grande empreendedor e deixou uma marca enorme na nossa cidade. O Distrito Federal realmente perde com a sua partida. Meus sentimentos à família e a todos os amigos que tiveram a sorte de conviver com ele. Que a lembrança dele nos inspire sempre."

A superintendente do Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas (SBS), Danielle Feitosa, era amiga do empresário há quase 30 anos, disse haver acompanhado a trojetória dele na construção de novas unidades. "Conheci o Darlan por meio de amigos em comum há mais de 30 anos. Sempre foi muito querido, visionário, trabalhador, alegre e leve! Esse era o Darlan", disse.

Paulo Tavares, presidente do Sindicato dos Combustíveis (Sindicombustíveis DF), emitiu nota de pesar. "[...] Mesmo após se afastar das atividades cotidianas da empresa, Darlan nunca deixou de visitar as lojas, interagir com os clientes e compartilhar sua sabedoria na produção. Apaixonado por pescaria, ele também praticava pesca submarina e estava buscando novas aventuras ao tirar brevê para pilotar avião", contou Tavares.

A Pão Dourado emitiu divulgou nota lamentando o ocorrido e comunicando a morte do proprietário do grupo. "É com profundo pesar que comunicamos o falecimento de Darlan Guimarães, a principal mente responsável pelo sucesso e expansão da rede Pão Dourado", escreveu a rede de padarias em postagem no Instagram. "Darlan era admirado e respeitado por todos, não apenas por seu espírito empreendedor e visão estratégica, mas também por sua generosidade e humanidade", completou.

A conta oficial ainda prestou solidariedade a familiares, amigos e colaboradores de Darlan Guimarães, que foi exaltado no texto. "Sempre será lembrado pelo legado que ajudou a construir e pelo impacto positivo que deixou em Brasília e em todas as comunidades alcançadas pela Pão Dourado", destacou o texto sobre o principal executivo do grupo, que era casado com Vanessa Muller e tinha dois filhos.

*Colaboraram Davi Cruz e Pedro Ibarra

Legado

A Pão Dourado foi moldada antes mesmo da primeira loja — que abriu em 1986. Quase 10 anos antes, os irmãos Tito e Licio Viana — respectivamente, pai e tio de Darlan Guimarães — haviam chegado de Minas Gerais e resolveram vender bolos caseiros, com receitas familiares, na capital federal.

Logo, o negócio decolou e eles abriram uma padaria, a Diamantina, na QE 15 do Guará 2. A segunda unidade de ambos foi inaugurada pouco depois e, curiosamente, ao lado da primeira que tinham. Porém,, batizada com um nome que iria ficar na história do DF: a Pão Dourado.

Desde então, até 2024, a rede se transformou e cresceu a ponto de somar 19 lojas em todos os cantos da capital.

Além de oferecer pães, bolos e outros produtos, Guimarães promovia, com a rede de padarias, as caravanas de Natal e ações sociais no Dia das Crianças.

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postado em 29/09/2024 00:01 / atualizado em 29/09/2024 11:56
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