A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, na tarde desta sexta-feira (27/9), um carroceiro de 19 anos, suspeito de envolvimento no assassinato do menino João Miguel, 10. O homem é conhecido da família da vítima. Ao Correio, familiares do menino apontaram que a causa do assassinato seria vingança por João Miguel ter perdido um cavalo de suspeito.
Em entrevista ao Correio, a mãe do suspeito confirmou a prisão do filho, mas afirmou que ele é inocente. O nome do suspeito preso não será divulgado para não atrapalhar nas investigações do caso.
João Miguel ficou desaparecido por 15 dias após sair de casa para brincar na rua, no Setor de Inflamáveis. O corpo dele foi encontrado em 13 de setembro, em uma vala numa área de mata no Lúcio Costa, com as mãos amarradas e envolto em um lençol. Durante as investigações, a 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) colheu depoimentos de familiares, conhecidos e vizinhos do menino, que ajudaram a traçar o perfil dos envolvidos.
Após a descoberta do corpo, familiares de João Miguel começaram a suspeitar do carroceiro. O jovem, que trabalha fazendo fretes na região, costumava ter João por perto, já que o menino gostava de brincar com os cavalos dele. Uma familiar afirmou à reportagem que, após o corpo de João ser encontrado, o carroceiro e a família desapareceram da área onde costumavam ficar com os cavalos. "Eles ficavam sempre aqui em cima, mas em uma noite pegaram as coisas e não voltaram mais", disse o familiar ao Correio.
Possível motivação
Segundo a família de João Miguel, o suspeito pode ter matado o menino por vingança. O motivo teria sido um incidente ocorrido antes do desaparecimento de João, quando um dos cavalos do suspeito sumiu. No dia do ocorrido, o suspeito teria emprestado o cavalo a João para que ele o acompanhasse até o Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), junto à namorada do suspeito, uma adolescente de 16 anos. Durante o trajeto, João teria soltado o cavalo, o que a família da vítima acredita que foi um acidente, mas o carroceiro acreditava ter sido proposital.
Um mês depois, o cavalo foi localizado no curral da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), mas, para retirá-lo, o suspeito teria que pagar R$ 2,5 mil. Após o episódio, João Miguel foi ameaçado de morte, segundo familiares. A família também notou que a corda usada para amarrar João Miguel era semelhante à usada para amarrar o cavalo, o que reforçou as suspeitas contra o carroceiro.
Dias após o corpo ser encontrado, a reportagem esteve na casa da mãe do suspeito, onde um dos irmãos dele confirmou que a polícia havia o levado para prestar depoimento. Na delegacia, um motorista de aplicativo que aguardava ser chamado para depor mencionou ter transportado uma passageira que sabia da identidade do assassino, e que se tratava de um carroceiro.
As investigações continuam em sigilo. A reportagem tenta localizar a defesa do suspeito.
Em nota, a Polícia Civil informou que a prisão foi cumprida com o objetivo de complementar as investigações em andamento. "A medida tem caráter investigativo e visa a confirmar ou descartar os indícios apurados pela equipe policial até o momento. Ressalta-se que o indivíduo está sendo tratado como suspeito e, portanto, ainda não é apontado como autor do crime", finalizou.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br