CB Debate Saúde Mental

Existe o sofrimento psíquico causado pelo racismo estrutural

Para Alessandra Almeida, vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), é importante se atentar à saúde mental da população negra

Alessandra Almeida,  vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP)  -  (crédito: Minervino )
Alessandra Almeida, vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP) - (crédito: Minervino )

O Correio Braziliense promove o debate Saúde Mental: uma conversa sobre qualidade de vida e bem-estar, nesta terça-feira (24/4). Entre os convidados, a vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Alessandra Almeida, participa do terceiro painel, que aborda a saúde mental no Brasil e os impactos atuais.

A painelista explica que o conselho tem a responsabilidade de orientar e normatizar a categoria, além de estabelecer diálogos constantes com a sociedade. “É preciso implementar políticas efetivas para a proteção e cuidado da saúde mental dos indivíduos, especialmente em um país tão complexo como o nosso, e neste momento pós-pandemia, a prevenção ao suicídio deve ser evidenciada”, ressalta.

Alessandra destaca a importância de atentar para a saúde mental da população negra. “O suicídio é a terceira principal causa externa de mortes. Uma pesquisa do Ministério da Saúde de 2018 revelou que jovens negras entre 10 e 29 anos enfrentam o maior risco de morte por suicídio”, detalha.

“Esse risco elevado está relacionado ao sofrimento psíquico causado pelo racismo estrutural”, afirma Alessandra, enfatizando a necessidade de discutir os efeitos do racismo na saúde mental da população negra e indígena, além do racismo ambiental. “Discutir o papel dos saberes psicológicos na saúde mental em relação à questão racial é essencial para questionar as estruturas sociais que reproduzem desigualdades”, acrescenta.

 

Para Alessandra, é urgente vincular a promoção da qualidade de vida ao desenvolvimento humano sustentável. “Estamos construindo uma gestão no CFP comprometida em abordar o racismo ambiental, a sanatividade racial e a injustiça social, além de defender a justiça ambiental e climática e os direitos humanos”, explica.

Ela também menciona que o racismo ambiental afeta comunidades vulneráveis, como ribeirinhas e quilombolas. “Ao pensar em ações de sustentabilidade e preservação do meio ambiente, precisamos considerar as relações de saúde mental dessas comunidades, que vivenciam desastres ambientais de maneira distinta”, ressalta.

Debate

O evento, que pode ser assistido no canal do Youtube e nas redes sociais Correio, reúne especialistas, autoridades e profissionais da área para debater os desafios e as soluções relacionadas ao bem-estar emocional e mental no Brasil.

Programação

Logo após o pré-painel, outras temáticas serão discutidas no CB.Debate. No primeiro painel, Percepção, prevenção e tratamento” Logo em seguida, será pontuado o Contexto Geral sobre a saúde mental.

O segundo painel terá como tema o SUS e a rede de atenção psicossocial. Encerrando os trabalhos, autoridades e especialistas vão discutir sobre Saúde mental no Brasil e os impactos da atualidade.

 

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postado em 24/09/2024 18:53
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