No segundo painel do CB.Debate “Saúde mental: uma conversa sobre qualidade de vida e bem-estar”, especialistas em saúde mental e representante do Ministério da Saúde discutem a rede de atenção psicossocial do Sistema Único de Saúde (SUS). Diretora do Departamento de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do ministério, Sônia Barros defende que o Setembro Amarelo deve trazer à tona o debate da promoção da saúde mental e não apenas na perspectiva do adoecimento. “A atenção psicossocial amplia o olhar para além do sofrimento”, afirmou Sônia.
A diretora destacou a importância da Lei nº 10216/01, que estabelece normas sobre os direitos das pessoas com transtornos mentais e regula os tipos de internações psiquiátricas. “A lei nos deu força para pensar uma nova concepção de promoção à saúde, trazendo novas estratégias para esse cuidado. Hoje, nós podemos pensar que cuidar é algo de olhar para além da doença e sintoma. Hoje, temos que pensar que o modo como a pessoa vive, onde trabalha, onde mora são fatores determinantes da saúde mental”, observou.
SUS e saúde mental
O Brasil conta com cinco redes de atenção à saúde e a de atenção psicossocial é uma delas. “Essa rede está em expansão. Estamos tentando expandi-la recompondo o custeio de serviços que passaram anos sem recomposição do custeio, portanto, sem atenção, sem trabalhadores e com serviços bastante desqualificados”, observou Sônia Barros.
Segundo a diretora do Ministério da Saúde, a rede conta com três mil centros de atenção psicossocial (CAPS) em todo o Brasil. “É um número expressivo, ainda que não seja o desejável ou suficiente, visto que os anos se passaram sem recomposição de custeio. Retomar isso é fundamental”, reiterou.
Além dos CAPS, há 800 residências terapêuticas, 80 unidades de acolhimento e quase 300 hospitais gerais que ofertam mais de dois mil leitos que atendem saúde mental. “É importante lembrar que temos também a rede de atenção primária para atender as pessoas em sofrimento”, completou Sônia.
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