
O advogado, jornalista e historiador Wilon Wander Lopes lança, nesta terça-feira (17/9), no Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, seu livro Foi só um tiro, que conta a história da invasão militar ocorrida em 1968 na Universidade de Brasília (UnB). Na época, Wilon era presidente da Federação dos Estudantes da UnB (Feub) e acompanhou de perto os estudantes durante o período da invasão.
Segundo Wilon, os leitores terão a oportunidade de conhecer de forma mais detalhada dois eventos marcantes relacionados à invasão militar da UnB. O primeiro é a brutalidade da invasão, que foi justificada pela necessidade de prender cinco estudantes com prisão decretada. O segundo fato relevante é o surgimento da "Cidadania de Brasília", que se manifestou pela primeira vez como um sentimento de pertencimento à nova capital. “Até então, a maioria dos habitantes de Brasília mantinha uma ligação com suas cidades de origem e não se sentia totalmente integrada à nova cidade. Esses dois aspectos são fundamentais para entender o impacto da invasão na formação da identidade de Brasília e de sua comunidade acadêmica”, explica.
O autor, também um dos pioneiros de Brasília, nasceu em Caratinga (MG) e se mudou para a capital em 1959, iniciando uma trajetória marcante como líder estudantil. Ainda estudante, fundou o primeiro jornal estudantil do Distrito Federal, Pioneiro Estudantil, e foi um dos principais organizadores do movimento estudantil na cidade, incluindo a fundação do Diretório Estudantil de Taguatinga. Aprovado na Universidade de Brasília (UnB) em 1965, participou ativamente da luta contra a ditadura militar, sendo preso cinco vezes por sua militância.
“Espero que o livro possa contribuir para a memória de Brasília, por isso o fato de lançá-lo no Instituto Histórico, após uma palestra que darei sobre o assunto. Como senti que o tema interessa a muita gente, especialmente aos que passaram pela UnB na época, já estou preparando a segunda edição com depoimentos de estudantes da época”, afirma.
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