Nas últimas semanas, diversas cidades brasileiras têm sido tomadas por fumaça causada pelas queimadas. Em Brasília, por exemplo, a plataforma IQAir aponta que o índice de qualidade do ar está insalubre para grupos sensíveis, com a concentração de partículas de poeira no ar 11,1 vezes acima do valor anual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Fazia um calor tão absurdo e tinha tanto fedor de fumaça que parecia que estava pegando fogo aqui perto. Chegou ao ponto de fecharmos a casa inteira e ligar o ventilador para tentar refrescar e 'purificar' o ar aqui dentro. Para dormir, a gente ligou um umidificador de ar, um ventilador e colocamos uma bacia com água no chão, mas ainda foi difícil dormir, porque os lençóis da cama fediam a fumaça, de forma que ficava difícil respirar", conta Nathalia Pereira, 21 anos, moradora do Riacho Fundo 1.
Confira algumas dicas para se proteger da fumaça em casa:
- Manter a residência fechada (portas externas, janelas, frestas), durante os horários de maior concentração de poluentes no ar. Ao fechar a residência, porém, é recomendado evitar atividades fisicamente desgastantes;
- Manter a residência limpa, utilizando panos úmidos ou aspirador e não vassouras;
- Umidificar o ambiente com tinas d'água, toalhas molhadas ou umidificadores. Se possível, utilizar um instrumento medidor de umidade relativa do ambiente para controlar melhor;
- Utilizar aparelhos purificadores de ar (sem produtos químicos), quando possível;
- Evitar atividades que possam aumentar a fumaça dentro de casa, como:
- Preparo de alimentos em fogões à lenha ou outros tipos de fornos que utilizem energia
não-limpa como combustível (madeira, carvão, restos de vegetais, querosene, etc.) ou
que tenham sistema de exaustão deficiente;
- Aquecimento e iluminação da casa com lareiras à lenha, vela, lamparinas, etc.;
- Uso de tabaco (cigarro); - Se for sair de casa, utilizar, preferencialmente, máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100, que podem reduzir a inalação de partículas se usadas corretamente.
Além dessas dicas, o médico pneumologista do Hospital Sírio-Libanês de Brasília Alfredo Santana recomenda se manter bem hidratado. "(O ideal é) beber cerca de 2 litros de água ao longo do dia", afirma Santana.
O médico também informa que "pessoas com doenças cardíacas, problemas renais ou no fígado, devem conversar com o médico que consultam regularmente sobre a quantidade da hidratação adequada".
Fontes: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT); Informe queimadas | Semana epidemiológica 36, Ministério da Saúde.
*Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer
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