O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) prevê que o incêndio na Floresta Nacional de Brasília (Flona) seja extinto até sábado (7/9). A unidade de conservação já perdeu 2,1 mil hectares, de acordo com o último monitoramento divulgado na noite desta quinta-feira (5/9).
O fogo está controlado desde as 21h de quarta-feira (4/9). Segundo o ICMBio, além do combate às áreas quentes, foram realizadas ações de monitoramento e auxílio à fauna local, com a distribuição de alimentos e água para os animais nas áreas atingidas. Entre os itens distribuídos estão frutas e sementes, colocadas em pontos estratégicos da mata.
Ao todo, quatro áreas de reignição foram contidas ao longo desta quinta-feira, mantendo todos os focos de incêndio sob controle. Durante o monitoramento, um cágado foi encontrado morto — a área queimada corresponde a 38,58% da unidade de conservação.
Maior incêndio dos últimos 4 anos
Em coletiva realizada na manhã desta quinta-feira, o chefe da Flona e da Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Descoberto, Fábio dos Santos Miranda, explicou que o incêndio atingiu uma área expressiva da unidade de conservação.
"Conseguimos controlar todos os focos ativos. Fizemos um levantamento com drone e não identificamos pontos quentes significativos. A situação hoje está muito mais controlada do que ontem", afirmou.
Na área 1 da Flona, uma das mais visitadas, cerca de 60% do espaço foi queimado, exigindo grande esforço para sua recuperação. Hudson Coimbra, coordenador das atividades de manejo integrado do fogo na Flona, explicou que o combate às chamas foi feito de forma direta, com bombas d’água e abafadores, e indireta, utilizando queimas de expansão para criar margens de segurança e abrir linhas de defesa.
"Hoje, felizmente, o nosso perímetro está limpo, sem reignições. Agora, nosso foco é extinguir os focos restantes, localizados principalmente nas matas de galeria, áreas de conservação e prioritárias", relatou o coordenador. Ainda segundo Coimbra, este é o maior incêndio registrado na Flona nos últimos quatro anos.
Investigação policial
Em razão do incêndio, a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar a possibilidade de origem criminosa. Nesta quinta, foi realizada uma perícia nos locais onde começaram as chamas. Segundo o ICMBio, três pessoas foram vistas no local onde o fogo começou, o que pode indicar ação intencional.
As investigações estão sendo conduzidas em sigilo pela Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais da Superintendência da PF no DF.
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