As operações de rescaldo dos fortes incêndios que atingiram a Floresta Nacional de Brasília (Flona) devem durar vários dias, segundo as equipes que estão À frente dos trabalhos de combate ao fogo. Imagens de satélites revelaram que 38,58 % da unidade foi perdida para as chamas, aproximadamente 2,1 mil hectares. Na área 1 da Flona, onde costuma haver mais visitações, quase 60% do espaço foi queimado, demandando esforços significativos para sua recuperação.
Cerca de 150 pessoas estiveram envolvidas nas operações de quarta-feira (4/9), incluindo profissionais de logística e do posto de comando. Deste total, 80 eram militares do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). "Ontem instalamos nosso posto de comando aqui na Flona, onde começamos o sobrevoo e combate às chamas na região, com nossa aeronave nimbus 2 e drones", detalhou Sávio Monteiro, tenente do CBMDF e oficial de área oeste.
A fala ocorreu na manhã desta quinta (5/9), em coletiva de imprensa que reuniu o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o CBMDF e Instituto Brasília Ambiental (Ibram). Ainda segundo o tenente, o corpo de bombeiros forneceu mais de 30 viaturas durante as ações. "Hoje, a operação se concentrará na vigilância e no patrulhamento da área e no resfriamento dos pontos quentes", completou Sálvio Monteiro.
No Incra 7, em Brazlândia, as chamas chegaram perto de casas e assustaram moradores. O CBMDF atuou na proteção das famílias e das propriedades, que fazem fronteira com a Flona. Não há vítimas até o momento e, após as ações de combate, as pessoas puderam retornar às suas casas. O prejuízo, segundo as equipes, foi financeiro, visto que muitas hortas queimaram. "Além de proteger as famílias, outra prioridade é a proteção dos córregos, currais e nascentes do Ribeirão das Pedras", disse o tenente.
Crime
O Ibram disponibilizou dois esquadrões e equipamentos para apoiar os demais órgãos no combate ao fogo. "Infelizmente, não podemos colocar mais equipes, devido aos demais incêndios nas unidades de conservação do DF, como na Reserva Biológica do Guará", afirmou João Paulo Alves, agente e, no momento, diretor de unidade de conservação do Ibram. Ele frisou que incêndio florestal é crime, com reclusão de dois a quatro anos, mais multa.
Em razão do incêndio, a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar a possibilidade de origem criminosa. Ainda nesta quinta, será realizada uma perícia nos locais onde começaram as chamas. Segundo o ICMBio, três pessoas foram vistas no local onde o fogo começou, o que pode indicar ação intencional.
As investigações estão sendo conduzidas em sigilo pela Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais da Superintendência da PF no DF.
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