ELEIÇÕES

Segundo turno para escolher reitora da UnB começa nesta terça-feira (3/9)

Estudantes, professores e técnicos-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) vão escolher quem vai administrar e representar a instituição até 2028. Pouco mais de 56 mil pessoas estão aptas a participar do processo, que ocorre até quarta (4/9)

Arthur de Souza
postado em 03/09/2024 05:00 / atualizado em 03/09/2024 19:23
Pouco mais de 56 mil pessoas estão aptas a votar. A apuração começa na quinta-feira, a partir das 9h na Universidade de Brasília -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Pouco mais de 56 mil pessoas estão aptas a votar. A apuração começa na quinta-feira, a partir das 9h na Universidade de Brasília - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

O segundo turno da consulta que vai escolher a próxima reitora da Universidade de Brasília (UnB) ocorre entre esta terça-feira (3/9) e quarta-feira (4/9). No total, 56.071 pessoas estão aptas para escolher entre as chapas 93 — Imagine UnB, com Rozana Reigota Naves; e 90 — Pensar e Fazer UnB, com Olgamir Amancia Ferreira. Uma delas irá suceder Márcia Abrahão, que comanda a instituição desde 2016, quando foi eleita a primeira mulher para o cargo na história da UnB.

O processo eletivo será presencial, realizado por meio de cédulas de papel, nos campi Darcy Ribeiro, Ceilândia, Gama e Planaltina. As seções abrirão em horários diferentes, dependendo do ponto de votação. Em alguns, a partir das 7h e, em outros, às 9h. O encerramento também varia, de acordo com o local: 18h ou 21h. A Comissão Organizadora da Consulta (COC/UnB) divulgou a lista final dos aptos a participar do segundo turno.

Representante docente da COC, Wallace Enrico Boaventura ressaltou que, para votar, a pessoa tem de estar com o nome na lista divulgada no site da comissão. "Quem for um votante apto deve apresentar, nos dias de consulta, um documento oficial com foto e algum comprovante de vínculo com a universidade", destacou. "Caso não apareça o nome na lista impressa da seção, essa pessoa fará o voto em separado", alertou Boaventura.

"É importante que todos fiquem atentos aos horários e locais de votação, para que não sejam pegos de surpresa", ressaltou o representante docente da COC. A mesa de apuração dos votos será instalada na sede da Associação de Docentes da UnB (ADUnB) na quinta-feira, a partir das 9h. A expectativa é de que, até o final desse dia, se conheça o resultado. Fiscais das chapas, imprensa e candidatos poderão acompanhar a contagem dos votos.

Processo democrático

A reportagem conversou com representantes dos três segmentos que vão participar da consulta para escolha da nova reitora da UnB. De acordo com a presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), Eliene Novaes, ao longo de todo o processo da consulta para a escolha da nova reitoria, a associação mobilizou a categoria para que participassem. "Nossa expectativa é aumentar o número de votantes, para que mais docentes possam se manifestar, por meio do voto direito, e escolher a próxima reitora da UnB", disse. "Compreendemos esse exercício como fundamental para aprofundar esse processo democrático que é tão importante e necessário na universidade", acrescentou.

André Doz, coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE/UnB), disse que a expectativa entre os alunos é de que o processo do segundo turno ocorra de forma mais ordenada e sem tantos problemas operacionais, como no primeiro. "A gente vem com mais experiência, sabendo como fazer o deslocamento das urnas, a distribuição dos mesários e, além disso, os fiscais estão mais cientes das regras", pontuou.

Segundo o estudante, o único temor é a pouca participação dos estudantes no segundo turno. "Mas temos feito campanhas on-line e passagens em salas, além de buscar ajuda, junto aos centros acadêmicos, com o objetivo de chamar os alunos para votar. Também fizemos apelos para que as chapas mobilizassem mais os estudantes", enfatizou André Doz.

Coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Edmilson Rodrigues de Lima afirmou que, com certeza, a UnB sairá vitoriosa da eleição. "Desejamos que, ao final, esse processo traga uma unidade política interna para a instituição, além do fortalecimento da universidade pública, na ampliação dos direitos dos servidores, técnicos, docentes e dos estudantes", observou. Na avaliação dele, também é preciso investir na manutenção dos estudantes na UnB.

Ratificação

Terminada a consulta para escolha da nova reitoria, o Conselho Universitário (Consuni) da UnB deve ratificar o resultado e elaborar uma lista tríplice, com os nomes das candidatas a reitora e vice-reitor. Depois disso, ela é enviada ao Ministério da Educação, que encaminha o documento para o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que nomeia a reitora que teve o maior número de votos.

 


Quem pode votar?

2.611 docentes que pertencem ao quadro permanente e ativo da UnB;
50.845 estudantes regularmente matriculados nos cursos de graduação e pós-graduação stricto sensu e nos programas de residência da UnB, exceto os que tenham feito trancamento geral de matrícula no período da consulta;
2.975 técnico-administrativos em educação que fazem parte do quadro permanente e ativo da UnB.

Fonte: COC/UnB

Olgamir Amancia Ferreira (Chapa 90)

Olgamir Amancia (Chapa 90):
crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

"Estamos todos orgulhosos do caminho que trilhamos, sempre guiados pela verdade, pela democracia, pela ética e pelo compromisso com os direitos humanos. Estamos também felizes e honrados pelos apoios recebidos, tanto da nossa comunidade quanto de personalidades importantes da cidade e do país. Convidamos todos a exercerem seu direito ao voto, pois a participação de cada pessoa é essencial para garantir uma escolha livre e consciente para a nossa universidade. Queremos continuar a ter uma UnB que não abre mão da excelência e não deixa ninguém para trás. Acreditamos que a Universidade deve permanecer como um farol de democracia e inclusão, e cada voto é um passo em direção a uma universidade ainda mais comprometida com a justiça social e acolhedora para todas e todos".

Rozana Reigota Naves (Chapa 93)

 Rozana Reigota Naves é professora do Instituto de Letras desde 2006 -  (crédito: Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
crédito: Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

"Nosso grupo se constituiu pela base de docentes, técnicas/os e estudantes em torno de um programa que prima pela gestão democrática e participativa; e pelo compromisso com a justiça socioambiental. Esses dois eixos transversais deram origem ao conjunto de propostas que foi validado pela comunidade no primeiro turno, que contou com uma significativa participação da comunidade universitária, e apontou, claramente, para um anseio de mudança na gestão. Nossa expectativa, para o segundo turno, é confirmar essa votação e, se possível, ampliá-la. Para isso, retornamos a várias unidades acadêmicas e administrativas. Esses movimentos serão fundamentais para buscarmos a unidade necessária para enfrentar os desafios que a universidade terá pela frente".

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