Operação Illusion

Conheça o Bonde do Maluco, facção baiana que comprou armas de loja do DF

Bonde do Maluco surgiu em 2015 e está instalado, além da Bahia, em outros três unidades da Federação

Uma das maiores facções criminosas do país Bahia está ligada ao caso dos furtos de armas de uma loja de produtos bélicos de Ceilândia. A organização criminosa “Bonde do Maluco” (BDM), a mais atuante na Bahia, comprou, de maneira ilegal, ao menos 80 pistolas, revólveres e carabinas nas mãos de funcionários da loja Delta Guns. 

Nesta quinta-feira (29/8), policiais civis da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) e da DOT/Decor desencadearam mais uma fase da Operação Illusion e prenderam mais dois envolvidos no comércio irregular dos armamentos. Entre os presos está um funcionário da Delta Guns, que teria transportado as 80 armas para a Bahia. O fato está relacionado ao furto na loja Delta Guns, ocorrido em junho.

As armas chegaram às mãos dos faccionados do Bonde do Maluco após uma série de tratativas ilegais. A intermediação do contato e das vendas foi feita por um homem ainda não identificado. Ele foi preso nesta quinta, em Sapeaçu (BA).

Segundo o delegado Tiago Carvalho, as investigações seguem com o intuito específico de identificação, localização e de responsabilização criminal dos compradores finais do armamento que foi vendido de maneira ilícita e que foi transportado do Distrito Federal para a Bahia. 

Facção 

Considerada a maior facção da Bahia, o Bonde do Maluco surgiu em 2015 e é aliado do Primeiro Comando da Capital (PCC) e rival do Comando Vermelho (CV). Com base no Relatório do Mapa de Orcrim de 2023 produzido pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), o Correio apurou que o BDM, além da Bahia, instalou bases em Sergipe, no Piauí e em Mato Grosso do Sul. 

Apesar da tentativa de se tornar nacional em razão da aliança com o PCC, o BDM ainda é considerado uma organização criminosa da categoria "regional". Nesse caso, as facções regionais têm a necessidade de rápida expansão no sistema prisional, são territoriais/monopolistas, ou seja, atuante em mais de um estado, com denominação amplamente conhecida e com grande número de membros, detalha o relatório da Senappen. 

O Bonde do Maluco atua no tráfico de drogas, em assaltos, sequestros e assassinatos na Bahia e é conhecido pelos confrontos com grupos rivais, além do controle de territórios. 


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