Em 3 e 4 de setembro, estudantes, docentes e técnicos da Universidade de Brasília (UnB) irão às urnas. Eles participarão do segundo turno da consulta que escolherá a próxima reitora que comandará a instituição pelos próximos quatro anos. A disputa é entre as chapas encabeçadas pelas professoras Olgamir Amancia Ferreira e Rozana Reigota Naves. O Correio conversou com representantes dos três grupos votantes sobre a mobilização para essa última fase do pleito.
O representante dos professores na Comissão Organizadora da Consulta (COC), Wallace Boaventura, lembrou que a participação do processo é facultativo. "Assim, como acontece na campanha presidencial dos Estados Unidos, o voto não é obrigatório. Estamos nos mobilizando junto às chapas para que haja uma participação maior", afirmou.
Maurício Sabino, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), destacou que sua entidade está trabalhando para incentivar os servidores a estarem presentes na votação do segundo turno. Ele destacou que a participação dos servidores técnicos no primeira fase foi semelhante à registrada na última eleição (veja quadro). "Para nós, a votação não decepcionou, é um número razoável que está na média", disse. "O sindicato tem colocado, em todos os boletins, a convocação para os servidores comparecerem às urnas. É um privilégio para nós poder participar da escolha do próximo dirigente. Entre nós, há um sentimento de que o processo eleitoral é válido, significativo e amplo. Nossa expectativa é igualar ou superar a meta de comparecimento às urnas neste segundo turno", completou.
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Estímulos
Assim como os segmentos dos servidores técnicos e dos professores, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) não pode se posicionar em favor de nenhuma chapa. Mas, assim como as outras categorias, está trabalhando para engajar estudantes na votação do segundo turno. "Temos passado, em sala, distribuindo panfleto. Fizemos conteúdos para as redes. Elaboramos um programa chamado 'UnB pode mais', que envolve uma série de ações, inclusive a promoção da sabatina entre as candidatas. Temos buscado fazer com que os estudantes fiquem cientes do processo e estamos intensificando a presença nas salas de aula", ressaltou o coordenador do DCE, André Doz.
A Associação dos Docentes da UnB (ADUnB) também se manifestou e declarou que vai reforçar a participação dos professores na votação do segundo turno. "Ao longo do processo de consulta, a ADUnB tem mobilizado a categoria reforçando a importância da participação. Neste segundo turno, a ADUnB, mais uma vez, reafirma o compromisso de uma consulta participativa, ampla e democrática. E atuará para ampliar a participação da comunidade no segundo turno reafirmando a democracia na UnB", salientou a presidente da associação Eliene Novaes.
Participação na consulta
Na UnB, há paridade nas eleições, isto é, as escolhas feitas pelos três segmentos votantes têm o mesmo valor. Por isso, o cálculo de participação/abstenção é feito com base na média das três categorias. Ao analisar o percentual de participação por segmento, o comparecimento dos técnicos foi maior do que no pleito de 2020. No caso dos estudantes e docentes, foi menor. De acordo com a COC, a queda na participação dos universitários e educadores se justifica pelo fato de que muitos deles estão de férias. O cronograma se alterou devido à greve deste ano. Os educadores e alunos que não aderiram concluíram os trabalhos do primeiro semestre e estão em férias. A paralisação também levou alguns discentes a trancarem suas matrículas.
2016 2020 2024
MÉDIA TOTAL 57,4% 57,2% 48,7%
DOCENTES 72,7% 81,9% 67%
TÉCNICOS 74,5% 68,0% 68,4%
ESTUDANTES 25,0% 21,7% 10,6%