Os desastres ambientais vividos neste ano, os incêndios florestais no interior de SP e as enchentes no RS foram apontados pelo professor Reuber Brandão, biólogo e doutor em ecologia pela UnB, como exemplos de que é preciso começar a entender a importância que têm as pessoas que trabalham com a proteção direta da biodiversidade. O especialista foi o entrevistado do programa CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta segunda-feira (26/8). Às jornalistas Ana Maria Campos e Rosane Garcia ele também comentou sobre a quantidade insuficiente de pessoas nos órgãos ambientais e a necessidade de investimentos na área.
"Eu acho que se a gente começar a entender a importância que tem uma pessoa que trabalha com a proteção direta da biodiversidade, a importância que têm as pessoas que geram conhecimento sobre esse assunto e a importância que têm as pessoas que mantém as áreas naturais em pé, isso vai ser um processo importante nessa virada (de chave)", explica Brandão sobre como mudar a situação atual.
Investimentos
O professor acredita que o grande problema hoje é a falta de reconhecimento desses profissionais. Além de haver números insuficientes de pessoas nesses órgãos, elas não recebem uma compensação adequada comparada à importância da função que desempenham.
"A gente observa que quem combate o fogo, que são os nossos fiscais, os nossos analistas ambientais e os gestores de áreas protegidas, são pessoas que fazem isso muito por amor, porque é muito difícil. A quantidade de pessoas que têm nos órgãos ambientais, hoje, é insuficiente. A expectativa de qualidade de vida e de se aposentar com um certo conforto é cada vez menor porque o plano de carreira não é tão bom", comenta o biólogo.
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Ele acredita que quem mantém a área de vegetação nativa viva precisa ser alvo de algum tipo de compensação. Apesar de a legislação nacional prever isso, Brandão declara que as leis não são bem aplicadas e, por isso, nem sempre são cumpridas à risca. Doutor em ecologia, ele considera a natureza o bem coletivo primário da humanidade e afirma que sua perda gera empobrecimento para todos, justificando a importância da conservação.
*Estagiário sob supervisão de Márcia Machado