O grupo feminino de forró As Fulô do Cerrado vai agitar o Eixão de Lazer em três domingos, entre os meses de agosto e setembro, com o projeto Forródas Fulô. A primeira edição será neste domingo (25/08) e, a partir de então, serão realizados eventos a cada duas semanas, nos dias 8 e 22 de setembro. Com apresentações musicais, oficinas e rodas de forró abertas, o grupo oferecerá ao público feminino a oportunidade de conhecer gratuitamente a arte do estilo musical e sua importância para a cultura popular.
Todas as rodas terão apresentações das Fulô do Cerrado com entrada franca para quem quiser participar e tocar, das 13h às 17h, no Eixão do Lazer, na altura da 206 Norte. Depois da banda anfitriã, virão as atrações especiais. No primeiro evento, a convidada será Maísa Arantes. Nos domingos seguintes do projeto, o grupo musical receberá Letícia Fialho e Thanise Silva, respectivamente.
Uma das artistas que integra As Fulô do Cerrado, Laura Xavier se declara realizada por poder performar ao lado das artistas convidadas, que são descritas pela cantora como inspirações da banda. "Cada uma delas é uma referência para o nosso grupo que, nesses oito anos de estrada, sempre admirou o trabalho que cada uma entrega enquanto mulheres representantes da cultura local. Tocar ao lado de nossas referências será uma honra", comenta.
Oficinas
Além das rodas musicais, serão feitas oficinas para disseminar os fazeres da música na cultura popular e no forró. A primeira será a Oficina de Pífano, neste sábado (24/08), liderada por Samara Tokunaga, integrante da banda, com a participação do pifeiro Roberto Deusdará. Em 21 de setembro, será a vez da Oficina de Pandeiro, com a integrante Jéssica Carvalho. As oficinas acontecem das 10h às 12h, no Departamento de Música da Universidade de Brasília (UnB), Sala Samambaia, e são gratuitas.
"Este sábado (24/08) vai ser a primeira oficina. A gente vai fazer atividades de toque e fabricação de pife, em que cada pessoa vai fabricar o seu próprio instrumento. Essa atividade é inspirada nas oficinas que a gente fazia com o mestre Zé do Pife, que foram muito especiais. Queremos transmitir um pouco disso e continuar os ensinamentos do nosso mestre", diz Samara.
A artista diz que o grupo busca passar para o público um pouco de sua vivência no mundo da arte e da cultura popular por meio das oficinas e apresentações públicas. Ela explica que a ideia é mostrar que o processo pode ser ensinado por meio de brincadeiras, retratando a alegria envolvida na música performada.
História
A banda existe desde 2016, quando as artistas se conheceram na UnB, por meio do mestre Zé do Pife. Aprendizes do músico, as jovens iam à universidade aprender a tocar com ele e acabaram se aproximando e tendo a ideia de montar uma banda de forró composta por mulheres.
Em suas performances, as cinco vozes femininas das cantoras Fernanda Pagani, Jéssica Carvalho, Laura Xavier, Mare Sobrinho e Samara Tokunaga unem-se ao pífano e à rabeca para resultar em uma mistura original que transita entre um forró moderno e o universo brincante da cultura popular. O Forródas surgiu quando Jéssica, artista de 32 anos, se encantou com uma roda de forró em viagem ao Rio de Janeiro e sugeriu o projeto para as colegas.
"É uma coisa bem diferente. Existem muitas rodas de samba, de choro, outros tipos de música por Brasília, mas nunca tinha tido até então uma roda de forró. A gente trouxe essa ideia e acho que foi bem feliz porque muitas pessoas aderiram, tanto para tocar na roda, quanto para estar ali dançando, escutando e cantando", explica a artista.
O grande foco do grupo ainda é valorizar trabalhos que sejam feitos por mulheres, incentivando mais compositoras e instrumentistas a entrarem no mundo do forró. Com as rodas, o grupo tem o intuito de congregar mulheres em um espaço onde elas se sintam confortáveis, acolhidas e que possam ter o seu próprio espaço em um gênero muitas vezes dominado por artistas masculinos.
* Estagiário sob supervisão de Eduardo Pinho
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