Entrevista | BIA KICIS | DEPUTADA FEDERAL (PL-DF)

PL apoia Celina Leão para o Buriti, afirma deputada Bia Kicis

Ao CB.Poder, a parlamentar disse que pretende concorrer ao Senado e defendeu mais transparência e acesso às emendas

A deputada federal Bia Kicis (PL/DF) foi a entrevistada do CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — de ontem. A entrevista foi conduzida pelas jornalistas Denise Rothenburg e Ana Maria Campos. Durante a conversa, a parlamentar expressou seu descontentamento com a forma como a questão das emendas tem sido tratada pelos Três Poderes. 

A Celina é um nome que representa o bolsonarismo nas eleições ao Palácio do Buriti?

A gente vai ver o que acontece, mas o apoio está sendo dado a ela, sim. Ela é uma pessoa de bom trato, eu trabalhei com ela na Câmara dos Deputados, é uma pessoa que é afável, é fácil lidar com ela, a gente gosta dela, somos amigas, mas vamos ver o que acontece. Na política, a gente não pode afirmar nada com muita certeza

Falando sobre eleições municipais, qual é a expectativa do PL? Existe uma polarização?

No momento, há uma guerra de narrativas e isso pode se estender até 2026. As eleições agora são cruciais, e o PL pretende conquistar muitas prefeituras e cadeiras de vereadores. Estamos trabalhando para alcançar esses objetivos e apoiar candidatos em outros estados. 

Veja a entrevista completa

 

A senhora vai disputar o Senado?

A gente precisa colocar a nossa pretensão em cima da mesa, e eu tenho o apoio do meu partido para uma vaga no Senado. Se vai ser a primeira, a segunda pessoa, isso a gente vai ver, mas tem duas vagas. 

 A senhora acredita que daqui até 2026 o ex-presidente Jair Bolsonaro vai retomar a elegibilidade? 

Eu acho que isso é possível. Se você me perguntar se é provável, eu não sei dizer, mas é possível. Porque as coisas estão mudando no Senado, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai mudar, nós teremos o Nunes Marques e o André Mendonça no TSE, na época das eleições. Tem muita gente que está enxergando a injustiça que foi feita com ele (Bolsonaro), o que está acontecendo na Venezuela, o que aconteceu com a oposição lá mostra o que eles fazem, na verdade, a estratégia da esquerda é tirar os adversários, impedir que eles concorram. 

Como ficará a questão das emendas?

Houve uma reunião no Supremo Tribunal Federal para decidir essa questão, e eu acho que não deveria ser resolvida dessa forma. Temos três poderes, cada um com suas atribuições constitucionais, e não deveria ser necessário realizar encontros para resolver essas questões. A solução deve estar baseada na lei e na Constituição. Na Câmara, já estávamos trabalhando para regulamentar e tornar a questão das emendas fixas mais transparentes. As emendas são importantes, pois permitem levar benefícios à população, como saúde e educação, além de atender a áreas como a agricultura familiar.

 A senhora não concorda com a forma como as emendas estão sendo negociadas?

Não acho que a abordagem atual seja adequada, pois não sabemos o que está realmente acontecendo, quem será favorecido e quais são as trocas envolvidas. Queremos transparência e acesso igual para todos os deputados. A melhor forma de garantir isso é por meio de uma lei que deixe tudo claro. Sou contra esse tipo de encontro, que não considero republicano.

Toda vez que há uma decisão do Supremo, o Congresso tenta restringir o poder dos ministros com projetos. Há algum projeto em andamento?

Acredito que o Parlamento já deveria ter tomado uma atitude para recuperar sua autoridade. Atualmente, ele está desmoralizado. As pessoas questionam por que pagar 513 deputados e 81 senadores se o Supremo decide tudo. E eu concordo com essa crítica.

 Sobre os atos antidemocráticos ocorridos em 2023, a senhora acredita que as pessoas envolvidas devem ser presas?

Sim, as pessoas devem ser processadas, julgadas e condenadas de acordo com a lei. Elas não deveriam ser processadas no Supremo, pois não têm foro privilegiado. O processo deve ocorrer na primeira instância e a pena deve ser individualizada conforme o ato cometido. Sou contra a impunidade, mas também contra perseguições políticas e injustiças. Como aprendi na faculdade, é preferível soltar um culpado do que prender um inocente, mas hoje vemos o contrário.

Está programado um ato para o dia 7 de setembro? O país não corre risco de se inflamar com o pedido de impeachment do ministro do Supremo?

Se o país não se inflamar com os absurdos atuais, como a ditadura e a perseguição, espero que o pedido de impeachment avance. Não é fácil, pois o sistema se autoprotege. Rodrigo Pacheco já afirmou que as chances de impeachment são nulas, mas veremos. Políticos precisam do voto e devem satisfação ao povo, ao contrário dos ministros do Supremo. O ministro Barroso afirmou que o Supremo se tornou um tribunal político, em vez de técnico, e isso impacta a vida dos brasileiros.

 

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