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Brasília realiza o 1º Congresso da Felicidade, no Museu da República

O evento reafirma a importância de aplicar a ciência para melhorar o cotidiano das pessoas e trazer o bem-estar emocional

O Museu Nacional da República foi palco do 1º Congresso da Felicidade de Brasília, evento que reuniu especialistas renomados para discutir a ciência da felicidade e seu impacto no cotidiano. A programação incluiu palestras de figuras como Leandro Karnal, Luiz Gaziri, Celina Joppert e Sálua Omais, além da presença internacional de Thakur S. Powdyel, ex-ministro da Educação do Butão e idealizador do índice de Felicidade Interna Bruta (FIB). O evento também contou com mesas-redondas, uma vila gastronômica e um show de encerramento. 

A iniciativa foi idealizada pela professora e doutora Cosete Ramos, presidente da AMABRASÍLIA e do Movimento Brasília Capital da Felicidade. O congresso teve como objetivo promover discussões sobre a importância do bem-estar emocional, especialmente no contexto das pressões sociais e políticas que caracterizam a vida contemporânea. "Para nós, esse evento é a realização de um sonho, e estou muito feliz por isso", relatou Cosete, durante a solenidade. A abertura oficial do projeto também contou com a presença do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.

 

Minervino Júnior/CB/D.A.Press -
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Especialista

Durante o congresso, Luiz Gaziri, professor de ciências comportamentais, abordou a temática da felicidade nas organizações e empresas. Ao Correio, ele destacou como as redes sociais criam uma falsa percepção de realidade, levando as pessoas a compararem suas vidas com um ideal, muitas vezes, inalcançável. "No Instagram, parece que vivemos em um bairro de milionários e que nossa vida é a única que não vale nada. Isso traz uma sensação ruim, e o nosso bem-estar vai lá pra baixo", afirmou Gaziri.

Sobre a busca da felicidade, Gaziri ressaltou a importância de cultivar bons relacionamentos e de tomar decisões certas sobre o que realmente pode trazer alegria. "Não podemos acreditar que a riqueza e posses materiais garantem a felicidade. O ser humano é o pior juiz da sua própria felicidade. Muitas vezes, perseguimos objetivos ruins, como acumular dinheiro, em vez de aproveitar momentos que realmente trazem alegria, como passar tempo com amigos e familiares", destacou.

Gaziri concluiu sua fala com uma reflexão sobre a importância das pequenas interações diárias. "Quanto mais interação tivermos, quanto mais tratarmos bem as pessoas ao nosso redor, mais felizes seremos. Estudar a ciência da felicidade é essencial para tomarmos decisões que melhorem nosso bem-estar, especialmente em um mundo tão caótico como o atual", enfatiza.

Outro destaque do congresso foi a palestra de Thakur S. Powdyel, que compartilhou a experiência do Butão, país do sul da Ásia, que criou o índice de Felicidade Interna Bruta. O projeto avalia dimensões como o
bem-estar psicológico, uso do tempo, vitalidade da comunidade, cultura, saúde, educação, diversidade do meio ambiente, padrão de vida e governança. A iniciativa visa avaliar o bem-estar de uma pessoa em meio a uma comunidade, e pode servir de modelo para outras regiões do Brasil e do mundo.

Celina Joppert, especialista em psicologia positiva, também destacou a importância de tratar sobre o tema na capital. "É fundamental a realização de eventos que abordam o tema da felicidade em Brasília, especialmente porque a capital do país serve como exemplo e modelo para o resto do país. Estou muito grata por participar desse evento, por interagir com o público. Trazer essa alegria alimenta a minha alma", disse.

Rosemary Medeiros, professora recém-aposentada compartilhou sua experiência após assistir às palestras. "Estou extasiada. A proposta era justamente vivenciar esse momento de alegria. Foi maravilhoso, e acredito que essa reflexão sobre a felicidade é essencial, principalmente depois de uma pandemia. Isso renova a nossa esperança e traz de volta o vigor", declarou.

Outra participante, Camille Soares, funcionária pública, destacou a importância de falar sobre felicidade em um mundo, segundo ela, marcado por conflitos. "Estamos vivendo um momento tão aguerrido, com guerras por todos os lados. Quanto mais falarmos sobre felicidade, mais podemos impactar a sociedade positivamente", afirmou.

 

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