Entrevista

Câmara Legislativa vota nova Mesa Diretora nesta quarta-feira (7/8)

O deputado distrital Eduardo Pedrosa (União) disse ao CB.Poder que a ideia da CLDF é antecipar a definição da Mesa Diretora, que ocorreria em dezembro, para não acumular o tema com a votação de projetos

Os deputados distritais devem eleger nesta quarta-feira (7/8) a nova Mesa Diretora da Câmara Legislativa (CLDF) para o biênio 2025-2026. Ao programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — apresentado nesta terça-feira (6/8) pelas jornalistas Adriana Bernardes e Jaqueline Fonseca, o presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF), Eduardo Pedrosa (União), destacou os pontos que serão considerados na escolha. Ele acrescentou que, para o segundo semestre, os distritais pretendem aprovar o orçamento de 2025 sem dificuldades, priorizando recursos para as áreas de saúde, educação e segurança.

Vocês pretendem antecipar a votação da Mesa Diretora para esta quarta-feira. Há acordo para que isso possa acontecer? É esperado que haja acréscimo de cargos?

Nós tivemos uma reunião com os deputados e alguns distritais sugeriram isso. Tudo aconteceria nesta quarta-feira. Faríamos tudo de uma vez: votação da segunda vice-presidência, a quarta secretaria e a criação de uma comissão de defesa das mulheres. A ideia é definir a estrutura da Casa para os próximos dois anos.

Por que antecipar a eleição da Mesa Diretora, visto que, tradicionalmente, ocorre em dezembro?

Acho que o momento está muito promissor para isso. Estamos sentindo na Casa que, administrativamente, as coisas estão acontecendo de maneira muito tranquila. Os deputados estão confortáveis para a manutenção desses espaços. Por isso, não há motivo para esperar até o fim do ano. Sabemos que, no fim do ano, chegam muitos projetos do Executivo para serem votados, devido ao recesso legislativo. Isso acumularia projetos e eleição. Antecipar é uma forma de ter um fim de ano mais organizado e menos conturbado.

E as contas do governo distrital? É previsto fecharem no verde?

O governo tem ido bem, os números são bons. Mesmo com as dificuldades no início do ano, o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) nos ajudou bastante, correspondendo a 40% do nosso orçamento total, com um crescimento médio de R$ 300 milhões. O governo tem tido boas notas nas avaliações de crédito, e não apresenta índices elevados de endividamento. Ou seja, possui uma grande capacidade de arrecadação, essencial para realizar todas as obras. No entanto, acredito que precisamos debater as nossas matrizes econômicas, como turismo, ciência e tecnologia. São temas essenciais.

Em relação ao orçamento do próximo ano, quais serão as áreas prioritárias do governo com o incremento desses valores?

Saúde e segurança. O governo colocou como prioridade na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano a construção de cinco unidades de saúde e a aquisição de 168 mil insumos para a rede pública. Na segurança, existe a preocupação com a contratação de profissionais. Em 2000, devíamos ter de 18 a 20 mil policiais. Hoje, temos entre oito e nove mil. Nossa população triplicou, desde então. É necessário investir nessa área para trazer um sentimento de segurança e, de fato, garantir a segurança. Sabemos que a tecnologia é importante, mas nada substitui a presença desses profissionais nas comunidades.

Saúde foi um dos pontos críticos no DF. Tivemos uma epidemia de dengue e casos de mortes de recém-nascidos em hospitais. Como resolver isso?

Precisamos rediscutir nossa política de gestão de saúde. Acredito que em um único governo não é possível resolver tudo. E eu penso em saúde de outra forma. Precisamos ter meritocracia, uma rede que gratifique as equipes médicas que produzem mais. É necessário algo assim. O profissional não pode apenas estar presente sem ter metas a cumprir. Isso precisa ser debatido, pois é uma prática comum na rede privada. É preciso mais organização, mas temos visto o esforço da secretária de Saúde (Lucilene Florêncio) nesse sentido. Estamos tentando ajudar a avançar na saúde pública. Não adianta só construir unidades hospitalares, precisamos de profissionais de saúde nas unidades. É necessário que eles permaneçam, mas, hoje, isso é um desafio para o governo.

Veja a entrevista:

Saiba mais

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) enviado pelo Executivo à CLDF garante o gerenciamento das origens e das aplicações dos recursos públicos do exercício de 2025. São R$ 24,5 bilhões do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) e R$ 38,1 bilhões do Tesouro do DF, totalizando R$ 62,2 bilhões. 

 

Mais Lidas