Infraestrutura

'Chama eterna' da democracia está apagada para manutenção

De acordo com a Secretaria de Cultura do DF, a chama do Panteão está temporariamente extinta para manutenções. A pasta esclarece que o fogo não permanece aceso de forma contínua e, pelo menos uma vez ao ano, é necessário extingui-lo

Por José Albuquerque*

A pira do Panteão da Pátria, monumento que representa a democracia brasileira, está apagada. Apesar de ser conhecida como "chama eterna" da democracia, não é a primeira vez que ela se apaga.

Márcio Barbosa, ambulante de 27 anos, que trabalha todos os dias na  Praça dos Três Poderes vendendo açaí, conta que percebeu que a pira está apagada há duas semanas e que ela se apaga com frequência, mas uma equipe resolve o problema de forma rápida, o que não ocorreu desta vez. "Sempre que a chama se apaga a democracia morre de forma simbólica”, completa o ambulante. 

O Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, inaugurado em 7 de setembro de 1986, é um memorial cívico destinado a homenagear heróis e heroínas nacionais que, de algum modo, serviram para o engrandecimento da nação brasileira. A pira do monumento projetado por Oscar Niemeyer é um anexo do monumento e representa a chama eterna da democracia.

Cézar Pereira, 29 anos, ainda não havia reparado que a chama estava apagada e não conhece o real significado da pira. O homem acredita que ela não seja sustentável, por ficar acesa de forma ininterrupta.”A pira  emite muitos gases poluentes para a atmosfera”, argumenta.

Em 2018, depois de dois anos apagada, a chama do  foi acesa novamente após uma reforma de sete meses. O monumento passou por uma modernização no sistema de armazenamento de gás, com capacidade para conservar uma tonelada de combustível. O investimento total foi de R$ 149,7 mil, custeados pela Secretaria de Cultura do DF à época

Nota

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa, por meio da Subsecretaria do Patrimônio Cultural (SUPAC), informou em nota que a chama do Panteão está temporariamente extinta para manutenções. "Esclarecemos que o fogo não permanece aceso de forma contínua e, pelo menos uma vez ao ano, é necessário extingui-lo para realizar intervenções. Atualmente, a chama está apagada por esse motivo."

Paralelamente, ainda segundo a pasta, está em andamento um novo processo de contratação para o fornecimento de gás, com previsão de conclusão em 20 dias. "Ressaltamos que a chama permanecerá extinta até que as diversas manutenções na edificação e na estrutura da pira sejam concluídas, garantindo assim a segurança necessária antes de seu reacendimento.”

 Estagiário sob supervisão de Eduardo Pinho

 

 

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