Lazer

Seguindo pelo caminho da diversão no Eixão do Lazer

O Eixão do Lazer faz parte do domingo dos brasilienses. No local é possível correr, caminhar, pedalar e andar de skate. Além de poder contemplar agora o Marco Zero de Brasília

Criado há mais de 30 anos, o Eixão do Lazer surgiu como alternativa como diversão. Ele ajuda a substituir o barulho dos motores e a poluição dos veículos que passam por lá, de segunda-feira a sábado, por diversão, arte, vida, saúde e alegria para as pessoas de diferentes regiões administrativas que o visitam aos domingos. Dessa maneira, todos os domingos, flui satisfação, na via que corta o Plano Piloto, passando de ponta a ponta entre as asas do projeto pensado por Lúcio Costa. Este fim de semana, os frequentadores tiveram uma grande novidade: puderam conhecer o Marco Zero de Brasília, reencontrado durante obras de infraestrutura na área.

O local enriquece momentos em família, reencontros de velhos amigos e, até, propicia a criação de novas amizades. Para quem deseja correr, caminhar, pedalar e andar de skate, há vários quilômetros à disposição para essas práticas. Além disso, quem deseja ouvir uma boa música, encontra apresentações de grupos de samba, choro e jazz.

Eixão do jazz

Concentrados na altura da Quadra 207 norte, o coletivo Super Jazz surgiu em 2004, em São Paulo. Criado por Dudão Melo. A iniciativa foi planejada para celebrar o gênero musical misturando a versatilidade da discotecagem com a riqueza dos ritmos Afro Brasileiros e o jazz eletrônico.

Mário Sartorello, 57 anos, é radialista e também um dos organizadores do coletivo. Ao Correio, ele conta que a parceria com Melo começou em 2019, quando o amigo veio morar na capital. "Tivemos a ideia de idealizar o projeto porque, para nós, o Jazz tem que estar na rua e não em lugares sofisticados. Temos essa missão de trazer a música para a rua e mostrar ao público um segmento (artístico) que todo mundo pode ouvir", afirma.

Atração da tarde de ontem, o guitarrista e cantor brasiliense Wanderson Bomfim apresentou melodias autorais e releituras de grandes nomes da música, como Villa Lobos, Moacir Santos e Tom Jobim. O instrumentista destaca que se sente muito feliz por cantar e tocar no local. "O Eixão do Lazer é ímpar porque você acaba conversando com o público e tem uma relação mais orgânica, o que proporciona mais vida para o show", comenta.

Enquanto uns ficam apreciando os músicos, acomodados em bancos e panos estendidos próximos às árvores ao longo da via, outras pessoas optam por desbravá-la pedalando. É o caso dos amigos Yuri Martins, 37, e Marina Moura, 38, acompanhados dos respectivos filhos para um passeio ciclístico. "Eu estou gostando bastante. Aqui tem muita possibilidade de praticar atividade e está bem legal passar esse momento com eles", diz Marina.

Martins, que aponta encontrar certa dificuldade em disfrutar opções de divertimento em Brasília, considera que a programação proporcionada pelo Eixão é muito prazerosa. "Gosto de vir aqui pelo contato com a natureza. Você pode se sentar entre as árvores, parar um pouquinho ali, na sombra, e ter uma experiência um pouco mais natural. Apesar de ser no meio urbano, é um casamento fantástico", enfatiza.

Especialista em turismo, Lúcio Montiel ressalta a importância do Eixão do Lazer para a história de Brasília. "Essa iniciativa está se enraizado no povo da capital. Faz parte da alma do brasiliense. Esse projeto é uma tradição da cidade e sempre deve ser mantido. Seria inimaginável um dia acabarem com o Eixão do Lazer. Seria a mesma coisa se tirassem a Rua do Lazer lá em Copacabana, ou em Ipanema, que também fecha aos domingos. Não pode morrer, não pode ser fechado nunca", aponta Montiel.

Ed Alves/CB/DA.Press -
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Fotos:  Ed Alves/CB/DA.Press -
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Novidade

Os candangos ganharam um ponto turístico. O Marco Zero, ponto onde foi fincada a estaca que determinou o centro geográfico para o início da construção da capital do país, foi reencontrado. Operários a desenterraram durante a reforma do Buraco do Tatu. A passagem que conecta os eixos rodoviários Norte e Sul têm chamado a atenção de quem passa pelo trecho. Luiz Ortiz, 33, e Eduarda Ortiz, 38, chegaram a Brasília há um ano e contam que foram ao local exclusivamente para ver o Marco Zero. "Trouxemos nosso filho para registrar esse momento que vamos guardar com certeza. Aproveitamos para vir agora, domingo, porque depois vai passar mais carro e vai acabar desgastando esse símbolo", considera Luiz.

A mãe do pequeno Gustavo destaca que talvez ele não se lembre desse momento, quando ficar mais velho. Mas, segundo ela, o casal gaúcho quer que o herdeiro nutra o sentimento de pertencimento à capital federal, pois "será a cidade dele". "É um lugar que está nos adotando super bem. E, aqui, a gente teve o nosso brasiliense, então é importante para história dele e para cultura dele que vai ser daqui", relata.

Roberto Pereira, 47, é morador do Setor Habitacional do Tororó e faz trabalho de resgate de cães pelo DF há 15 anos. Ele conta que leva os cachorros resgatados ao veterinário para serem vacinados e estarem aptos para serem acolhidos por outras famílias. "Este fim de semana houve quatro adoções, e para mim é a maior alegria da vida", enfatiza Pereira.

Pablo Rocha, 28, autônomo, conta que trouxe a família para desfrutar momentos de lazer. "É muito importante ter este momento com minha esposa, filha e amigos. Eu não vejo Brasília como um lugar que tem muitas opções, e o Eixão do Lazer traz esse divertimento e oferece um espaço para trazermos nossos filhos para brincarem", disse.

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