O primeiro turno da Consulta para a Reitoria da Universidade de Brasília (UnB) para a gestão 2024-2028 foi encerrado na madrugada da última sexta-feira. No total, 56.806 pessoas estavam habilitadas a escolher a chapa que vai comandar a instituição, sendo 50.806 universitários, 2.862 técnicos-administrativos e 2.610 professores.
Porém, desse somatório, pouco mais de 9 mil pessoas se manifestaram, ou seja, 15,98% do total de aptos a votar, de acordo com dados da Comissão Organizadora da Consulta. O Correio conversou com representantes de dois dos três segmentos (estudantes, técnicos e docentes) para tentar entender os possíveis motivos que levaram a uma abstenção tão alta.
O baixíssimo comparecimento às urnas foi puxado pelos alunos da universidade. Apenas 5.374 se manifestaram durante a consulta — 10,57% do total apto. Coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE/UnB), André Doz afirmou que foi uma participação muito baixa, por parte dos estudantes. "Creio que seja a menor participação que tivemos no histórico geral", avaliou.
Ele aponta alguns motivos que podem ter levado a esse cenário. "O principal é o contexto em que está sendo realizada a consulta. Além de boa parte dos estudantes terem encerrado o semestre, tivemos uma greve que foi bastante heterogênea (alguns diretórios aderiram e outros não). Por isso, a universidade não está cheia", comentou.
Outro fator importante, de acordo com André Doz, é a desmobilização geral dos estudantes em relação às campanhas. "Nenhuma delas fez com que os alunos despertassem uma grande empolgação política com o que estava sendo proposto", observou. "Me parece que existe uma dificuldade dos candidatos em conversar com os estudantes sobre isso", acrescentou o representante do DCE.
Participação
Eliene Novaes, presidenta da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), disse ao Correio que, ao longo do processo de Consulta, a ADUnB tem mobilizado a categoria, reforçando a importância da participação. "Para o segundo turno, a ADUnB, mais uma vez, reafirma o compromisso de uma consulta participativa, ampla e democrática. Vamos atuar para ampliar a participação da comunidade, reafirmando a democracia na universidade", garantiu.
Segundo turno
A constatação do segundo turno foi feita após o fim da contagem de votos, na sexta-feira. A definição de quem será a nova reitora da Universidade de Brasília (UnB) pelos próximos quatro anos ficou para setembro. Nenhuma das três candidatas obteve maioria absoluta na contagem dos votos, por isso, de acordo com as regras da disputa, será necessário um segundo turno, previsto para ocorrer nos dias 3 e 4 do mês que vem. Na votação, a chapa 93 — Imagine UnB, de Rozana Reigota, terminou com 42,08%, enquanto a chapa 90 — Pensar e fazer UnB, de Olgamir Amancia, teve 31,18% dos votos. A chapa 99 — A UnB que queremos, que tinha Maria Fátima de Sousa como candidata a reitora e Paulo Celso para vice-reitor, terminou a disputa com 26,74%.
Rozana Reigota Naves é professora do Instituto de Letras desde 2006. Defendendo mudanças na atual gestão da universidade, Rozana revelou-se a principal voz de oposição no pleito. O candidato a vice-reitor da chapa dela é Márcio Muniz, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.
Olgamir Amancia Ferreira leciona desde 2010 na Faculdade UnB de Planaltina. Decana de Extensão desde o início da gestão da atual reitora, em 2016, é considerada a representante da situação. O indicado a vice da chapa é Gustavo Romero, diretor da Faculdade de Medicina e ex-diretor do Hospital Universitário de Brasília (HUB).
Saiba Mais
Quem votou
Estudantes 5.374
(89,43% de abstenção)
Professores 1.750
(32,96% de abstenção)
Técnicos administrativos
1.959
(31,56% de abstenção)
Total 9.083
(84,02% de abstenção)
Fonte: COC/UnB
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