VELÓRIO

Amigos e familiares se despedem de vítima de feminicídio no Gama

Juliana Barboza Soares foi sepultada nesta quinta-feira (22/8) no Cemitério do Gama. A despedida reuniu cerca de 70 pessoas, entre parentes e integrantes da União Brasiliense de Mulheres, que esteve no velório para clamar por justiça

A despedida reuniu cerca de 70 pessoas no Cemitério do Gama -  (crédito: Kayo Magalhães/ CB Press)
A despedida reuniu cerca de 70 pessoas no Cemitério do Gama - (crédito: Kayo Magalhães/ CB Press)

O velório de Juliana Barboza Soares, vítima de feminicídio na última terça-feira (22/8), quando celebrava seu aniversário, foi marcado por muita emoção e revolta entre os que participaram da cerimônia. A despedida reuniu cerca de 70 pessoas no Cemitério do Gama. Além dos amigos e familiares, pessoas compareceram ao evento para prestar condolências e protestar contra o 12° feminicídio registrado no DF em 2024.

Justiça


“O que a gente espera é que a lei seja mais forte, porque senão vai continuar assim, mãe perdendo filho e filho perdendo mãe. Esse covarde acha que é dono de alguém, que comprou aquela pessoa. A mãe dela agora está lá no hospital entre a vida e a morte, toda quebrada, perdeu a filha e ele vai permanecer aí”, desabafou Nalva Correia, membro da União Brasileira de Mulheres (UBM).

Apesar de não conhecer a vítima, Nalva esteve no velório junto com companheiras da UBM para protestar contra a violência de gênero. Com roupas em preto, branco e rosa, o grupo levou faixas pedindo pelo combate ao feminicídio.

“Eu não a conhecia, mas sinto a dor da família e de uma jovem que perdeu a vida por causa de um covarde. Cada vez que isso acontece, a gente se coloca no lugar porque a gente é mulher. A lei tem que ser severa por ela, que se foi, e por nós. O que a gente pede é que Deus guarde a mãe dela”, completou Nalva.

Também participante da UBM, Gilvânia compartilha do sentimento da colega e pede justiça por Juliana. Ela afirmou que a barbárie ocorrida é apenas mais um motivo para o grupo continuar indo às ruas pedindo por justiça.

“Crimes como esse acontecem porque a lei é muito branda. Fiquei sabendo que ele pode pegar até 30 anos mas não acredito que vá. Ele vai sair como se nada tivesse acontecido e pode matar de novo. Enquanto tiver gente passando a mão na cabeça desses monstros, muitas mulheres vão estar morrendo igual à Juliana” reclamou Gilvânia.

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  • A despedida reuniu cerca de 70 pessoas no Cemitério do Gama
    A despedida reuniu cerca de 70 pessoas no Cemitério do Gama Kayo Magalhães/ CB Press
  • Juliana Barboza Soares foi assassinada pelo ex-companheiro na última terça-feira, dia em que completava 34 anos
    Juliana Barboza Soares foi assassinada pelo ex-companheiro na última terça-feira, dia em que completava 34 anos Kayo Magalhães/ CB Press


Assassinato


Juliana Barboza Soares foi assassinada pelo ex-companheiro Wallison Felipe de Oliveira, 29, na última terça-feira, dia em que a mulher completava 34 anos. O crime ocorreu no meio da rua, na Quadra 3 do Setor Sul do Gama. Juliana celebrava a data com pessoas próximas, mas Wallison apareceu no local e começou a discutir com a mulher por não ter sido convidado.

Em um ato de fúria, Wallison seguiu a vítima e a atropelou junto com a mãe dela, Maria do Socorro Barboza Soares, 60, e uma das filhas, de 5 anos. Apesar do golpe violento, avó e neta sobreviveram e seguem hospitalizadas.

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O suspeito foi detido pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no Setor de Chácaras do Setor Leste do Gama, na Quadra 50, após uma denúncia anônima. Além de feminicídio, o acusado responderá por duas tentativas de homicídio referentes aos atropelamentos da mãe e da filha de Juliana.

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postado em 22/08/2024 15:39
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