A 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) obteve três mandados de busca e apreensão em uma investigação que apura crimes de extorsão contra pacientes da Secretaria de Saúde portadores do vírus HIV. Na quarta-feira passada (14/8), os mandados foram executados, resultando na apreensão de dispositivos eletrônicos e outras provas em residências e estabelecimentos comerciais no Estado de São Paulo.
Um dia antes aos mandatos serem feitos, a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos da PCDF (DRCC) iniciou a operação interestadual “Panaceia”, com o objetivo de investigar cibercriminosos que supostamente invadiam bancos de dados hospitalares e governamentais para obter listas de pessoas que testaram positivo para o vírus HIV. Os criminosos exigiam valores em troca de não divulgar essas informações para familiares, colegas de trabalho e amigos na internet.
Após a invasão de dispositivos informáticos e o acesso a dados médicos sigilosos de pessoas com AIDS, vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), o grupo de criminosos passava a extorquir as vítimas por meio de um terminal telefônico holandês. Exigiam a transferência de valores em criptomoedas (Ethereum), ameaçando publicar a condição de portador do vírus HIV nas redes sociais caso não fossem pagos.
O promotor de justiça Clayton Germano aconselha as vítimas de extorsão a não cederem às exigências dos criminosos, que frequentemente demandam dinheiro, favores ou outros bens. “A extorsão nunca cessa, só aumenta. As vítimas devem guardar provas como mensagens, bilhetes e telefones de contato e procurar o Ministério Público”, explicou. Ele também pede que as vítimas que já pagaram algum tipo de extorsão forneçam ao MPDFT detalhes sobre o pagamento, mensagens e formas de comunicação usadas pelos criminosos, além de outras informações relevantes para a investigação.
A 2ª Prosus iniciou este procedimento em junho, após ser procurada por duas vítimas, pacientes do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que relataram terem sido extorquidas por criminosos que possuíam seus dados pessoais e de diagnóstico.
*Com informações da MPDFT
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