Aos apreciadores das belezas do céu e aos curiosos, fica o aviso: nesta segunda-feira (19/8), será possível assistir ao encanto da superlua azul. Trata-se de um fenômeno no qual enxergamos a Lua cheia maior e mais brilhante do que como de costume. Isso se deve ao período conhecido como perigeu, em que o satélite natural está mais próxima da Terra.
O evento astronômico poderá ser visto de qualquer lugar do Brasil e está previsto para aparecer no céu a partir das 15h25. A melhor visualização, porém, será ao anoitecer. A boa notícia, aos que não possuem equipamentos para observar o fenômeno, é que ele poderá ser visto a olho nu, desde que em locais sem nebulosidade.
O termo"superlua" foi criado pelo astrólogo Richard Nolle em 1979. Na revista periódica americana Dell Horoscope, ele escreveu que receberia o selo “super” uma lua cheia que ocorre com a lua no perigeu ou até 90% próxima desse ponto. Como o termo não é originalmente científico, instituições astronômicas podem divergir sobre a distância da Lua em relação à Terra que caracteriza o fenômeno, conforme explicou Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional
A superlua, que pode ser cheia ou nova, ocorre de uma a seis vezes por ano. Porém, em alguns casos, a distância Terra-Lua é menor do que em outros. Isso ocorre devido à órbita da lua não ser circular, mas sim elíptica. Assim, em sua trajetória ao redor da Terra, a lua fica ora mais próxima, ora mais afastada.
"Todas as luas cheias nascem no horizonte (a leste), quando o sol se põe (a oeste), e se põem (a oeste) quando o Sol nasce (a leste), portanto é possível ver a Lua durante toda a noite", destacou a astrônoma. Uma curiosidade é que no dia 14 de novembro de 2016, ocorreu a superlua mais próxima da Terra desde 26 de janeiro de 1948. A próxima vez que a Lua Cheia vai chegar ainda mais perto da Terra será em 25 de novembro de 2034.
Satélite azulado?
Para a surpresa de muitos, a ocorrência da superlua azul não tem relação direta com a cor. O nome está ligado à expressão da língua inglesa “once in a blue moon…”, que indica algo muito raro. Como o ciclo lunar possui uma duração menor que o tempo de um mês, é possível que enxerguemos duas Luas cheias dentro deste período, neste caso, “Lua Azul” é como chamamos a segunda Lua cheia, conforme informações do Núcleo de Astronomia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O fenômeno ocorre, em média, a cada dois anos e meio, porém quando coincide com o momento em que o satélite natural está mais próximo da Terra, acontece a, ainda mais rara, superlua azul. A Lua cheia dura até a manhã de quarta-feira, 21.
Ainda segundo o Núcleo de Astronomia, em 1883, a erupção do grande vulcão indonésio Krakatoa fez com que pessoas em várias partes do mundo registrassem a ocorrência de visualização do satélite natural com a coloração azulada. Isso porque, quando explodiu, o fenômeno foi responsável por liberar uma grande quantidade de cinzas na atmosfera terrestre.
A maior parte das partículas liberadas tinham por volta de 1 micrômetro de diâmetro, tamanho ideal para realizar a filtragem da luz do Sol refletida pela Lua. A luz do Sol, formada pela soma de todas as cores do espectro visível, foi filtrada ao passar pelas cinzas do Krakatoa, provocou a atenuação de tons mais quentes e a passagem de tons mais frios, favorecendo a observação do astro com tonalidade azulada e às vezes até esverdeada.
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