A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu em flagrante, na quinta-feira (1º/8), um homem de 26 anos, identificado como João Rocha, por produzir e veicular nota falsa de operação policial que não foi realizada pela corporação. A nota tinha símbolos públicos, como brasões da PCDF e do GDF, em moldes similares às notas que são divulgadas à imprensa.
João responderá pelos crimes de uso indevido de símbolo público e falsidade documental, cujas penas máximas, se somadas, podem chegar até 12 anos de reclusão. "Além da conduta criminosa acima ter por consequência crimes com elevadas penas, vale destacar que a PCDF agirá rigorosamente contra aqueles que divulgarem notícias falsas de operações policiais", diz a corporação.
A nota falsa veiculada por João afirmava que a PCDF estaria realizando uma investigação contra usuários de redes sociais que compartilharam fotos e vídeos declarando ter uma opinião contrária ao "pensamento e a prática gay, mesmo que sua fé na Bíblia diga o contrário, como prega o cristianismo, tal alegação de fé não justifica uma opinião contrária, onde o outro se sente ofendido". A nota fraudulenta também dizia que a ação fazia parte de um operação chamada "Zero opinião".
Antes de publicar a nota falsa, João Rocha, que é lutador de jiu jitsu, tinha veiculado comentários homofóbicos no Instagram. Ele disse frases como: "Quero deixar claro que eu sou totalmente contra e abomino o homossexualismo", "na minha cabeça, se você não tem nenhum problema fisiológico que justifique isso seu problema é mental, é antinatural" e "isso afeta completamente a humanidade".
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa acompanha o caso. O deputado Fábio Félix, presidente da comissão, enviou um ofício ao secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, solicitando o acompanhamento e investigação pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) e Delegacia de Crimes Virtuais, com vistas ao esclarecimento dos fatos e o encaminhamento de providências.
O Correio tenta contato com a Polícia Civil para saber se a investigação já foi aberta, mas ainda não obteve retorno. O jornal também contatou João Rocha. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
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