OBITUÁRIO

Morre o professor Armando, pioneiro da UnB, aos 87 anos

O docente teve a trajetória marcada pelo compromisso com a justiça, enfrentou perseguições durante a ditadura militar e, mesmo depois de se aposentar, continuou ensinando

Armando morreu em decorrência de uma endocardite, uma infecção no revestimento do coração -  (crédito: Reprodução/Arquivo Pessoal)
Armando morreu em decorrência de uma endocardite, uma infecção no revestimento do coração - (crédito: Reprodução/Arquivo Pessoal)

O professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB) Armando Faria Neves, de 87 anos, morreu na manhã desta quinta-feira (1º/8), em decorrência de uma endocardite, uma infecção no revestimento do coração. A informação foi confirmada pela filha dele, a advogada Lenda Tariana.

O docente passou mais de 60 dias internado no Hospital Brasília de Águas Claras, mas não resistiu. Ele deixa a mulher, Jamile Elias Dub, com quem teve três filhas: Lenda, Raisa e Irina. Também deixa o filho mais velho, Pierre, fruto do primeiro casamento com Laís Aderne, e sete netos.

Armando Faria Neves era professor aposentado da UnB, onde lecionou filosofia e letras. De acordo com o marido de Lenda, Alex Costa, o "Professor Armando" — como gostava de ser chamado — teve a trajetória marcada pelo compromisso com a justiça, tendo enfrentado perseguições durante a ditadura militar, sendo demitido e, posteriormente, anistiado e reintegrado ao quadro de profissionais da Universidade.

Após se aposentar como professor universitário, mudou-se  para o município de Olhos D'Água, em Alexânia (GO), onde fundou a tradicional Feira do Troca, com o objetivo de ajudar as pessoas carentes da região e que permanece como um legado de seu compromisso social.

A filha do professor, Lenda Tariana, fez questão de destacar que o pai era uma pessoa muito querida por todos, cuja casa estava sempre cheia de amigos. "Ele gostava de aconselhar, de espalhar ensinamentos e inspirar a vida daqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-lo."

"Ele era uma pessoa maravilhosa, um pai cuidadoso, que sempre fez questão de compartilhar o conhecimento que tinha. Ele sempre ensinou e ainda ensina muito", disse Alex, emocionado, ao lembrar que foi acolhido como filho pelo sogro.

O sepultamento ocorrerá nesta sexta (2/8), às 14h, na capela 5 do cemitério Campo da Esperança, com a cremação prevista para as 16h15.

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Jéssica Andrade - Especial para o Correio
postado em 01/08/2024 17:09 / atualizado em 01/08/2024 18:53
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