A Justiça do Distrito Federal condenou, nesta terça-feira (23/7), Jonas Costa Pataxia a 28 anos, oito meses e 12 dias de prisão, por cometer feminicídio contra a companheira. O réu irá cumprir a pena em regime inicial fechado e não poderá recorrer em liberdade.
O crime ocorreu na madrugada do dia 24 de junho de 2023, na Chácara 64, no Sol Nascente. A vítima, com quem o condenado mantinha um relacionamento, comemorava o aniversário com algumas amigas. Segundo as investigações, Pataxia, que também estava no local, se desentendeu com ela e a esfaqueou pelas costas. A jovem não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local.
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Na seu veredito, o juiz presidente do júri, Caio Todde Silva Freire, destacou que o réu tinha antecedentes e histórico de violência doméstica, além de atitudes misóginas. “Firmado em crenças estereotipadas de gênero, pelo qual fomenta a desigualdade de poder e, aproveitando-se da vulnerabilidade social da mulher, praticou contra ela variadas formas de violência”, disse.
Para Silva Freire, as situações do crime são graves, tendo em vista que o fato foi cometido em via pública. “Se por um lado os crimes de violência doméstica costumam ser praticados às escondidas, no interior do lar, este fato foi praticado em via pública, expondo mais ainda a vítima a vexame, mesmo no pós-morte”, acrescentou.
Ainda de acordo com o juiz, “a violência que decorre de situações de desigualdades estruturais — de gênero, de raça, de orientação sexual, de identidade de gênero — deve ser mais gravemente valorada nos casos concretos, porque refletem uma relação desigual e uma assimetria de poder existente entre autores e vítimas”.