A bebê Isabela foi levada de Itumbiara (GO) para Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e reencontrou a mãe perto das 17h desta quarta-feira (24/7), no Hospital de Clínicas da Universidade Federal, mesmo local de onde foi sequestrada na noite de terça (23/7). A família gravou o momento do reencontro no quarto onde a mãe, Natália Rodrigues, se recupera de uma cesariana e do susto de ter a filha levada.
Veja vídeo do reencontro entre mãe e filha
O caso
Por volta de meia noite de terça-feira, uma mulher vestida de jaleco branco, crachá e com o rosto tampado por uma máscara, entrou no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Claudia Soares Alves, de 42 anos, entrou na maternidade e procurou o casal Edson Ferreira e esposa. Eles estavam felizes com o nascimento da filha, ocorrido por volta de 20h.
Claudia Alves se apresentou como médica. Disse que era pediatra do Hospital das Clínicas e que precisaria levar a criança para alimentá-la. Ela pegou a recém-nascida e desapareceu. Desconfiado com a demora e sem notícias por muitos minutos, Edson Ferreira foi atrás da mulher de jaleco branco. Sem respostas para sua pergunta, descobriu que a filha havia sido sequestrada.
"Assim que fomos para o quarto, entrou uma mulher disfarçada de pediatra, enganou todo mundo, desde os seguranças aqui fora até lá dentro. A ação dela dentro do quarto foi muito rápida, não deu cinco minutos. Ela pegou minha menina e disse que ia dar um leite para ela. Depois de um tempo, eu comecei a desconfiar da demora." contou o motorista, o pai da criança, em entrevista à TV Anhanguera.
"Ela era muito bem articulada. Entrou, mexeu nos peitos da minha esposa para ver se tinha leite. Disse que era pediatra e que ia levar a bebê para se alimentar. Minutos depois, eu vi que minha menina não voltava, e aí percebemos que ela tinha sido levada", acrescentou Edson Ferreira.
Autuação
Claudia Soares Alves é médica neurologista e professora da UFU e da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Na manhã de ontem, foi presa em Itumbiara (GO), quando chegava em casa. Ela foi autuada em flagrante por sequestro qualificado. A polícia encontrou com a sequestradora um enorme enxoval para um bebê do sexo feminino, com roupas, bolsas, fraldas e uma banheira cor de rosa. Esses indícios mostram, segundo a polícia, que houve premeditação do crime.
A delegada Lia Valechi, da Delegacia da Mulher de Uberlândia, informou que a criança foi localizada na clínica de Claudia em Itumbiara, a 134 km do sequestro. Segundo as primeiras informações, a recém-nascida passa bem e já está com a família.
Claudia Soares Alves formou-se em medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro. É mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e, atualmente, cursa um doutorado na UFU. Ela é professora efetiva da UEG e, em 13 de maio deste ano, havia tomado posse como professora de Ciências da Saúde da faculdade de Medicina da UFU.
Vladimir Rezende, advogado de defesa de Claudia, disse que a médica está grávida. Ele acrescentou que a médica apresentava sangramentos e que suspeitava de aborto. A mulher está recebendo atendimento no Hospital Municipal Modesto Carvalho e, por enquanto, não há informações sobre internação.
Nos vídeos gravados por câmeras de segurança do hospital, é possível ver a mulher saindo do hospital carregando a criança nos braços. A médica então entra no carro, um Toyota Corolla vermelho, e vai embora. Toda ação demora cerca de 37 minutos.
Em nota, o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia disse que já iniciou a apuração interna de todas as circunstâncias do caso e que está colaborando com as investigações. "O HC está à inteira disposição das autoridades e da família para a breve solução do caso", informa o texto.
Caso Pedrinho
O sequestro da criança em Uberlândia remete a um caso traumático ocorrido em Brasília. Em janeiro de 1986, o também recém-nascido Pedro Rosalino Braule Pinto foi sequestrado na maternidade do Hospital Santa Lúcia, na Asa Norte, por uma falsa auxiliar médica, Vilma Martins Costa. Empresária e moradora de Goiânia, Vilma entrou vestida de enfermeira e pegou a criança para "fazer exames". Pedrinho foi oficialmente registrado por Vilma como Osvaldo e só voltou a encontrar sua família biológica 16 anos depois.
* Estagiária sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza
*Com informações do Estado de Minas
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