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Evento vitivinícola em Brasília supera expectativas e atrai multidão

Primeira edição da Expovitis movimentou o fim de semana e trouxe a Brasília produtores de vinho de todo o Brasil, colocando a capital do país em destaque na rota do enoturismo

No último fim de semana, cerca de 9 mil pessoas passaram pelo Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no PAD-DF, para prestigiar a primeira edição da Expovitis Brasil 2024, feira nacional de viticultura, enologia e enoturismo. O evento reuniu produtores de todos os estados do Brasil e contou com palestras, painéis, estandes de degustação e shows de artistas nacionais como 14 Bis, Kleiton e Kledir e Zeca Baleiro.

A Expovitis trouxe a Brasília mais de 70 vinícolas de todo o país e cerca de 250 rótulos para degustação. Segundo o idealizador, produtor Ronaldo Triacca, o evento superou as expectativas. "O feedback dos expositores, dos vitivinicultores e, principalmente, do público, foi positivo. O evento reúne toda a cadeia vitivinícola, então aqui temos expositores de equipamentos, de insumos, vinícolas. Congregamos todos os terroirs do Brasil", afirmou. "As palestras também foram bem prestigiadas. Os auditórios estiveram lotados", completou.

As regiões do Distrito Federal e do Entorno estão ganhando destaque na produção de vinhos e no enoturismo. Com variações de temperatura durante o inverno, essas áreas possuem um clima propício para o cultivo de uvas viníferas, utilizadas na produção do vinho do Cerrado. Segundo a Emater-DF, em 2023, 2,7 mil toneladas de uvas foram produzidas em 94 hectares distribuídos entre as regiões do DF (abrangendo os núcleos rurais do PAD-DF e Jardim), Planaltina, Sobradinho e Brazlândia.

"O enoturismo é importante para o produtor de vinho agregar mais valor ao seu produto. Estamos nos espelhando no Vale dos Vinhedos, na Serra Catarinense e também em outras regiões do mundo que têm tradição e qualidade no ramo", ressaltou Triacca. "A vitivinicultura envolve desde a produção da uva nos vinhedos, manejo da maturação da fruta, até o produto chegar à vinícola para a vinificação e também a parte do amadurecimento do vinho, além do engarrafamento", explicou.

Triacca falou ainda sobre a importância de valorizar o vinho nacional para também ser um expoente internacional. "Infelizmente, ainda há um certo preconceito em relação ao vinho brasileiro, mas a ideia dessa feira é também quebrar essa má impressão de que o vinho nacional ou é caro ou não tem qualidade. Nenhuma das duas afirmações é verdadeira", salientou.

Produtor de vinho de Brasília, Henrique Maia apresentou o rótulo Quartetto, produzido e engarrafado na Vinícola Brasília, que possui uma estrutura de vinificação entre 10 vinhedos. "Começamos em 2020 e a nossa primeira colheita foi ano passado. Hoje, temos o vinho branco, sauvignon blanc e até o fim do ano também finalizaremos a produção do tinto", disse.

Empresas nacionais e internacionais apresentaram suas inovações, com a promoção de intercâmbio de conhecimentos que impulsionam o desenvolvimento do mercado brasileiro. Um exemplo foi a cooperativa italiana Rauscedo, onde os agricultores produzem mudas de videiras para comercialização. A cooperativa esteve representada pelo gerente de exportação, Nikola Morito. "Trabalhamos com mudas de videira para vinho. E agora também estamos com um programa autônomo de produção de variedades de uvas resistentes", destacou. "Somos a maior empresa de produção de mudas do mundo. Temos uma produção de 90 milhões de mudas por ano e cerca de 359 variedades", completou.

Diretor da Associação Brasileira de sommeliers, Rogério Brito esteve na Expovitis para fazer uma análise técnica dos vinhos da colheita de inverno. "Fiquei bastante surpreendido com o terroir da Serra da Mantiqueira, da vinícola São Geraldo, por conseguir amadurecer um pinot noir bem legal em um espumante. Aqui no Cerrado, não temos muito contato com o amadurecimento dessa uva", analisou. "Estou impressionado com a estrutura do evento. O potencial de exposição deste espaço é enorme", concluiu.

Premiação

A feira contou com a premiação da Brazil Wine Challenge. A competição classificou as vencedoras em Gran Ouro e Ouro. Entre os ganhadores, a Vinícola Uvva, de Mucungê, na Bahia. "A premiação é uma chancela do nosso trabalho, uma valorização da produção feita na Chapada Diamantina, consolidando a qualidade dos vinhos da região", comemorou Marcelo Petroli, enólogo da empresa.

Além da Uvva, também foram premiadas vinícolas do DF, como a Vinícola Brasília e a Villa Triacca; de Goiás, com a Ercoara e a Serra das Galés; e de Minas Gerais, como a Casa Geraldo. Além dessas, receberam o prêmio vinícolas de Pernambuco, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

O concurso é promovido pela Associação Brasileira de Enologia (ABE) e é único do país com a chancela da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), que este ano completa um século de criação.

 

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