FUNDAÇÃO ATHOS BULCÃO

Representantes da sociedade defendem doação de lote para a FundAthos

A audiência pública debate a concessão de um lote no Setor de Difusão Cultural para a entidade que preserva e divulga a obra de Athos Bulcão. O espaço é reivindicado há 15 anos

A audiência pública para discutir a concessão de uso de lote para a construção da sede da Fundação Athos Bulcão (FundAthos) reuniu arquitetos, artistas e representantes de instituições, do Governo Do Distrito Federal (GDF) e do Ministério Público (MPDFT) e representantes do legislativo Federal, na manhã desta sexta-feira (12/7). O encontro foi convocado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).

A iniciativa é o primeiro passo para que a nova sede da Fundação, que tem projeto assinado pelo renomado arquiteto João Filgueiras, mais conhecido como Lelé, finalmente saia do papel, após 15 anos de reivindicações. O terreno em questão é o Lote 12 do Setor de Divulgação Cultural (SDC), região do Eixo Cultural Ibero-Americano, no Eixo Monumental, próximo à Sala Cássia Eller.

Na mesa, estavam presentes o chefe da Secec, Cláudio Abrantes, a secretaria executiva da FundAthos, Valéria Cabral, o secretário de Relações Internacionais, Paco Brito, o presidente do Arquivo Público do DF, Adalberto Scigliano, o presidente do Conselho de Arquitetura do DF, Ricardo Meira, e a deputada federal pelo DF, Erika Kokay (PT).

Abrantes lembrou, no início da audiência, que a concessão da área terá que passar pelo crivo da Câmara Legislativa do DF (CLDF). “A fundação já oferece para a sociedade uma série de ações no campo social. No parecer técnico da Secec, atende aos princípios de funcionalidade e de instituto social”, destacou Abrantes.

Paco Brito ressaltou que estava na audiência como cidadão, não como representante do GDF. “Eu sou completamente a favor dessa concessão. Temos que resgatar os nossos artistas e o professor Athos Bulcão precisa ser exposto para todo o mundo. Nós temos obrigação de apoiar a cultura e os artistas do DF”, declarou.

Valéria Cabral lembrou que em 2009 houve o lançamento da pedra fundamental da nova sede pelo então governador Paulo Octávio, mas que a ação não teve desdobramentos. “Athos é matéria obrigatória nos primeiros anos do ensino fundamental do DF e a fundação faz esse trabalho educativo de provocar o sentimento de pertencimento a Brasília”, disse a secretária executiva da fundação.

A deputada Érika Kokay observou que Athos é fundamental para o conjunto urbanístico de Brasília (CUB). "Nós, deputados, devemos estar vendo formas de disponibilizar emendas para que a construção da sede da fundação se transforme em realidade. Essa cidade vai homenagear a ela mesma homenageando Athos Bulcão”, afirmou a parlamentar.

O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do DF (CAU-DF), Ricardo Meira, chamou Athos de “o artista mais arquiteto que Brasília tem”. “Quando a gente fala de arte num país como o nosso, muito rico mas desigual, ter a democratização do acesso à arte por meio de Athos se torna emblemático. Como presidente do CAU-DF, não tem como não defender essa iniciativa de defesa do patrimônio de Brasília e dar a Athos o seu devido valor”, frisou.

Mais Lidas