Morreu no domingo (30/6) o pioneiro de Brasília Ivani Valença, aos 91 anos. Portador de uma pneumonia crônica, o fundador da Valença Participações não resistiu às complicações pulmonares decorrentes de uma cirurgia na coluna vertebral. O velório será na terça-feira (2/7), das 9h às 11h, na Capela 6 do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O sepultamento está marcado para às 11h30.
Pioneiro, vanguardista e ambicioso são alguns dos adjetivos que familiares e amigos atribuem a Ivani Valença, considerado um dos mais relevantes empresários de Brasília. "Com a idade avançada em que estava, a operação era arriscada. Mas, meu pai preferiu correr o risco de fazê-la, a aceitar viver sem independência", contou a filha Ivana Valença, 60.
Valença foi o responsável por trazer à capital da República empreendimentos que se tornaram parte do cotidiano dos brasilienses. Entre eles, o Parque Ana Lídia (o Parquinho do Foguete), no Parque da Cidade, e o shopping Casapark, no Guará. O segundo, inaugurado há 23 anos, surgiu da ideia de criar um centro comercial voltado ao mobiliário e à decoração.
"Papai sempre foi visionário. Ele tinha uma energia pulsante, e o Casapark nasceu com uma ideia dele de trazer a Tok&Stok para Brasília", lembrou Ivana. "Ele foi precursor da ideia de que e os empresários atendem às necessidades dos clientes, e isso é mais do que vender um produto. Antes de se falar nisso, o principal objetivo dele era fidelizar o cliente", acrescentou o filho Ivan Valença, 61. "À parte isso, há toda a questão dos valores dele. Num momento em que a habilidade para enganar as pessoas é difundida, ele nunca transgrediu essa obrigação (de defender a verdade)", afirmou.
Origens
Nascido na cidade de Caculé, na Bahia, em 1933, Valença mudou-se com os pais para Minas Gerais aos seis anos. Em 1950, estabeleceu-se em São Paulo, e ficou até 1957, quando decidiu vir para a futura capital do país. Em Brasília, começou como motorista e logo se transferiu para o setor imobiliário, na Novacap, onde se destacou como vendedor. Seguiu sua trajetória como corretor de imóveis, tendo conquistado a maior comissão já paga a um profissional da estatal. Alçando voos para diferentes segmentos de negócios, virou empresário e também investiu em postos de gasolina e concessionárias.
Foi ao trabalhar na Valença Veículos, nos anos 1970, que o agora empresário Lázaro Marques, 74, conheceu Valença como seu primeiro patrão. "Eu era um admirador secreto, como se diz", confidenciou. "A maneira como ele conduzia a empresa, como mantinha relações com os empregados, sua honestidade e seriedade serviram de influência para mim", descreveu. "Recentemente, nos encontramos em um restaurante e aquilo foi como um prêmio para mim. Ivani foi basilar na minha formação moral e empresarial", enalteceu.
Para além dos negócios, Valença teve igual dedicação à união familiar, especialmente quando perdeu sua primeira esposa, Therezinha Vilella Valença da Silva, falecida em 1986. "Ele sempre pediu para que mantivéssemos a família reunida. Ele, sozinho, cuidou de 5 filhos e nos criou nessa base familiar a que damos continuidade agora", destacou Ivana.
Legado
Questionado sobre como era a convivência com o pai, Ivan recordou que teve vários desentendimentos com ele sobre assuntos relativos à gestão dos negócios da família. Mas, entendeu com Valença que "se o dinheiro não for usado para as pessoas irem ao encontro de seus valores, ele não vale de nada", lembrou. "Ele foi um grande patriarca. Meu pai não era do presente. Ele sonhava e estava sempre dois passos adiante", destacou.
O velório de Ivani Valença será hoje, das 9h às 11h, na Capela 6 do cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O sepultamento está marcado para às 11h30. O empresário deixa a mulher, Lúcia e os filhos Ivan, Iran, Isabela, Tetê e Ivana, além de 15 netos e 3 bisnetas.
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