BRASÍLIA

Respeito à faixa de pedestres é Patrimônio Cultural Imaterial do DF

A decisão foi tomada pelo Condepac-DF na manhã desta sexta-feira (19/7), em reunião extraordinária no auditório da Biblioteca Nacional de Brasília. O reconhecimento eleva o equipamento público a um ícone da cultura brasiliense

Reunião do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal nesta sexta-feira -  (crédito: Ed Alves)
Reunião do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal nesta sexta-feira - (crédito: Ed Alves)

Na manhã desta sexta-feira (19/7), o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal (Condepac-DF) decidiu, em reunião extraordinária no auditório da Biblioteca Nacional de Brasília, que, agora, a cultura de respeito à faixa de pedestres é Patrimônio Cultural Imaterial do DF. Na reunião, estiveram presentes representantes do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), policiais militares do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BpTran), conselheiros e representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs) relacionadas ao tema.

Com a aprovação, a comunicação do reconhecimento será encaminhada ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que editará um decreto oficializando o processo. A expectativa é que a publicação ocorra até 8 de agosto, quando é comemorado internacionalmente o Dia do Pedestre.

Ao Correio, o secretário de Cultura e Economia Criativa (Secec), Cláudio Abrantes, explicou que o processo para analisar e levantar análises durou pouco mais de um ano. “O respeito à faixa de pedestres é uma característica, é um hábito, um jeito de viver do brasiliense e, portanto, merece esse reconhecimento. A gente espera que isso contribua para a educação, não só a educação no trânsito, mas, agora, como educação patrimonial e, também, para manter viva essa referência cultural que nós temos para as próximas gerações”, disse.

O relatório, que foi escrito por cinco relatores do Condepac-DF, perpassou por diversas épocas, relembrando, inclusive, a Campanha Paz no Trânsito, iniciada em 1996, pelo Correio Braziliense. Além de apresentar ações de salvaguarda para fomentar o respeito à faixa e disseminar a cultura já existente entre os brasilienses.

A iniciativa de reconhecimento surgiu a partir de uma proposta da organização não governamental (ONG) Andar a Pé à Supac, que a encaminhou ao Condepac-DF. Wilde Gontijo, coordenador da Andar a Pé, lembrou que a ideia de tornar o respeito pela faixa em Patrimônio Cultural do DF surgiu em janeiro de 2023, quando a capital recebeu pessoas do Brasil inteiro para a posse do presidente Lula (PT). “Muitas pessoas que vieram à posse queriam comprovar se em Brasília se respeitava mesmo a faixa e alguns motoristas começaram a ficar irritados, inclusive, porque as pessoas passavam de um aldo para o outro, colocando a mão para atravessar; então, nós percebemos que era uma questão cultural e fizemos a solicitação”, contou.

Agora, a faixa de pedestre se junta a outros bens imateriais registrados no Distrito Federal, como a Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc), o Bumba Meu Boi do Seu Teodoro, o Clube do Choro de Brasília, a Festa do Divino Espírito Santo de Planaltina, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o Ideário Pedagógico de Anísio Teixeira, a Via Sacra de Planaltina e a Praça dos Orixás. 

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postado em 19/07/2024 12:10 / atualizado em 19/07/2024 14:36
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