Durante o programa CB.Saúde — uma parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta sexta-feira (18/7), o infectologista da Exame Medicina Diagnóstica, André Bon, falou da importância do Programa Nacional de Imunizações e destacou a saída do Brasil da lista de países com mais crianças não vacinadas no mundo. O alerta sobre a possibilidade do aumento de casos de coqueluche no Brasil, baseado no que está ocorrendo na Europa, também foi abordado na entrevista comandada pelas jornalistas Carmen Souza e Mila Ferreira.
André Bon vê a saída do Brasil da lista dos 20 de países com mais crianças não vacinadas como uma conquista importante, mas avalia que ainda é preciso percorrer um caminho para chegar à situação ideal. “Nós temos um programa de imunização nacional extremamente robusto, cobre dezenas de doenças que são passíveis de prevenção pela vacinação e é muito importante que a população volte a ter confiança nesse programa, que as famílias voltem a levar suas crianças consistentemente para os postos de saúde para serem vacinadas com todo os imunizantes do programa”, ressaltou.
O infectologista também assinalou a responsabilidade dos governos municipais, estaduais e federal de fazerem campanhas que façam as famílias entenderem a importância e se sentirem seguras para levarem suas crianças para tomar os imunizantes disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Ele classifica o Programa Nacional de imunizações como “robusto”. “A gente costuma ter muito orgulho em dizer que tem uma cultura de vacinação no Brasil e isso se perdeu nos últimos tempos”, observou.
Sobre o alerta de aumento da possibilidade de aumento de casos de coqueluche, Bon explicou que crianças abaixo dos quatro anos, especialmente as menores de um ano de idade, são o grupo de risco para o desenvolvimento das formas mais graves da doença. A enfermidade é caracterizada por crises de tosse intercaladas por períodos em que o paciente sente nada (paroxismo), vômito e guincho (esforço para puxar o ar em crises de tosse).
André Bon explica que a vacina contra a coqueluche é voltada para as crianças aos dois, quatro e seis meses, com reforços aos 15 meses e quatro anos de idade. Para a população mais velha, a vacina oferecida é a DTPA, que é disponibilizada pelo SUS para grávidas a partir da 27ª semana de gestação, profissionais de saúde e de creches, doulas e parteiras.
Apesar do aumento na cobertura vacinal entre as crianças, o médico explica que a situação ainda exige atenção. “A baixa cobertura vacinal anterior preocupa para a reintrodução da doença. E não é só da coqueluche, mas de várias outras doenças que podem ser reintroduzidas e causar surtos, como o sarampo”, alerta.
Confira a seguir a entrevista completa do infectologista André Bon ao CB. Saúde, que também está disponível na íntegra nos perfis oficiais do Correio nas redes sociais e no canal do jornal no YouTube:
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