O enterro de Marlúcia Machado será realizado neste sábado (13/7), às 11h30, no Campo da Esperança, unidade da Asa Sul. A mulher de 51 anos morreu minutos após chegar ao Hospital Regional Leste (HRL) com fortes dores no peito. Ela não conseguiu atendimento no local.
Segundo a filha Kamila, que acompanhava Marlúcia no momento do atendimento, a paciente recebeu o aviso de que, como o caso não se enquadrava em emergência, ela poderia não conseguir atendimento e, caso conseguisse, demoraria horas.
Kamila conta que a mãe decidiu voltar para casa, porque “não queria morrer no hospital”. Ainda no carro, Marlúcia teve um mal súbito e morreu.
Ao Correio, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) esclareceu que, de acordo com a Direção Hospital Regional Leste (HRL), a paciente foi atendida e há registro de acolhimento e classificação de risco. No entanto, como foi classificado como "sem gravidade", ela foi liberada.
“No momento do atendimento não havia alterações de sinais vitais sendo classificada como sem gravidade conforme protocolos de classificação. A paciente retornou para casa e após uma hora foi levada de volta ao hospital sem consciência e submetida a procedimentos emergenciais na Sala Vermelha, não respondendo às manobras de reanimação quando foi constatado o óbito”, diz a pasta em nota.
Palavra de especialista
“Infarto do miocárdio é uma situação sempre grave. É uma doença muito frequente, responsável por 30% dos óbitos da população mundial. O infarto é muito heterogêneo, 70% dos indivíduos não têm sintoma prévio nenhum. Às vezes, o primeiro sintoma é um infarto. Algumas vezes, uma morte súbita. É uma doença muito traiçoeira, porque ela pode ter sintomas desde uma dor insuportável até uma dor gástrica, que pode ser confundida com uma gastrite ou uma indigestão. É uma doença que leva anos se instalando silenciosamente até que, um dia, ela chega sem aviso e, muitas vezes, de forma catastrófica. Não fumar, fazer exercício regular e cuidar rigorosamente do colesterol alto e da glicose, em caso de hipertensão e diabetes, são medidas importantes para evitar os casos de infarto. Stress e peso também são fatores de risco.”
Dr. Nasser Sarkis, coordenador médico-científico do novo serviço de Cardiologia do Hospital Brasília, da rede Dasa no DF
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